segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Viver

Algumas noites, não todas, antes de me deitar, faço uma pequena reflexão sobre a minha vida. Analiso rapidamente o que está rolando e tento entender da melhor maneira possível, nem sempre com sucesso, o que está acontecendo no mundo, na cidade, na rua, dentro de casa, com as pessoas e, é claro, dentro de mim. A luta pela sobrevivência ora nos apresenta desafios, ora fantasmas, ora alegrias, ora tristezas. Confesso que nem sempre sou disciplinado e nem sempre dou o melhor de mim. Mas quando me disciplino e dou o que tenho de melhor, acontecem coisas, via de regra maravilhosamente simples mas de impacto. Tiro disso tudo algumas certezas. De que tive os filhos fantásticamente certos e lindos, que me deram netos mais lindos ainda. Que a malícia e a maldade não são características do meu comportamento. Aprendi a aceitar e a gostar das pessoas com suas qualidades e defeitos. Mas no final, meu mundo é só de dúvidas. Não sei se haverá leis mais severas para maltratos a animais. Não sei se será crime contra a humanidade permitir, por omissão ou desinteresse, podendo ajudar e não o fazendo, que alguém morra de fome. Não sei se e quando os nosso irmãos de outros mundos desejarão fazer contato conosco. Nem sei quando os meus vizinhos também pretenderão fazer contato social comigo. As minhas dúvidas são muitas, grandes e por vezes cruéis. Talvez me sirva de consolo, a certeza de que neste mundo, aprendi muito, errei muito, e ainda assim, sei bem pouco dessa arte misteriosa que é viver.

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