domingo, 27 de março de 2011

No ano passado participei de mais de 30 audiências públicas em SP e o que mais apareceu, foi louco de palestra. Sei bem o que é isso. Sensibilizado por essa minha experiência, coloco aqui um link para o excelente artigo de Vanessa Barbara. Vale a pena ler. Clique aqui.

sábado, 26 de março de 2011

Nonsense Metropolitano


O Gilberto Kassab, como todo prefeito, tem uma vocação muito grande para ser culpado e a tem exercitado soberbamente nos últimos tempos.

É certo que um maior cuidado nos serviços de zeladoria da cidade pode contribuir para minimizar o problema das enchentes, mas jamais poderá resolver.

O buraco é mais embaixo.

Ocorre que a cidade foi erigida por sobre colinas e vales.

Os fundos de vales são excelentes bases para construção de importantes avenidas de grande fluxo de veículos.

Portanto, nada mais justo do que pretender fincar o seu comércio ou a sua casinha, ali também.

Aliás, a valorização ali obviamente será maior, na medida em que a cidade cresce e se desenvolve.

Mas há o lado sombrio disso tudo que nem a imprensa, nem os especialistas, nem ninguém ousa tocar de maneira ostensiva.

É que a cidade está totalmente impermeabilizada e não há nenhuma tecnologia neste mundo que seja viável para resolver isso através de galerias pluviais, cujas dimensões e custos atropelariam qualquer orçamento público.

E aqui, entra um componente sutil disso tudo, chamado 'problema cultural'.

Os dois maiores protagonistas no combate a enchentes em nossa metrópole se chamam "terra" e "vegetação."

Só que no imaginário da população, terra e vegetação se caracterizam em uma só palavra: sujeira.

E para evitar a sujeira da rua de terra, asfalto.

Para evitar a sujeira do quintal de terra, cimento.

Para evitar a sujeira das folhas secas, corte ou remoção de árvores.

Para evitar a sujeira da frente da casa, elimina-se o jardim e pastilha-se todo o solo.

Já foi dito que os extremos se tocam.

Essa estupidez coletiva só poderia desaguar na mais perfeita e total impermeabilização do solo urbano.

Os fundos de vale jamais deveriam ser ocupados massivamente, principalmente com essa cultura impermeabilizante de grave eficiência e longo alcance, dado que o fundo de vale, pela natural lei da gravidade, é por onde a água da chuva irá escoar inexoravelmente.

E se houver alguma obstrução, por lixo por exemplo, que é muito comum, inunda tudo, mesmo porque o sistema de drenagem de per si já é insuficiente para toda a carga e ainda mais com a ajuda dos porcos de plantão, que jogam lixo por todo lado.

Absolutamente todas as emissoras de TV fecham o foco de suas cameras nos locais alagados, reclamando providências das autoridades e afirmando que "São Paulo está debaixo dágua" o que nunca é verdade.

Toda vez que chove, há realmente problemas de trânsito porque as principais avenidas ficam nesses tais fundos de vale .

Entretanto, a maior parte da cidade leva vida normal.

Por vezes, dado o gigantismo da cidade, chove muito na zona norte e as demais zonas estão secas. Mas o filé das TVs são os pontos de alagamento, obviamente em locais baixos e geralmente ao lado de cursos dágua, canais ou similares, impossíveis de não alagar por menor que seja a chuva. Não se resolverá o problema secular de enchentes em São Paulo, sem uma 'evangelização' da população quanto à necessidade de se desnudar a terra, abrir espaço para vegetação, não ocupar fundo de vale e fazer tudo ao contrário do que se faz e se acredita ser o certo hoje em dia.



Em tempo, quando alguém se espanta com os problemas crônicos de trânsito na capital, eu logo vou perguntando: "- O que vc quer? Coloca-se 7 milhões de idiotas motorizados nas ruas ao mesmo tempo em um raio de 40 km e quer que isso dê certo?"

É impressionante a falta de compreensão do cidadão, quando ele sai de casa de carro em São Paulo e acredita sinceramente que não terá problema algum nem na ida, nem na volta e fica extremamente enfurecido se acontece alguma coisa. Por inteligente, culta e formada que seja essa pessoa, no quesito 'habilidade para viver o mundo metropolitano' demonstra cérebro de galinha. Que me desculpem as penosas.

terça-feira, 22 de março de 2011

Gurdjieff

Pedro Rico


Hoje de manhã, ao mastigar um enroladinho de presunto e queijo na padaria perto de casa, não pude deixar de ver na TV da padaria, o Pedro Bial conversando com os "astros" do BBB. Ele falava com a Maria. E perguntou se o livro que ela estava lendo realmente conseguia fazer com que ela conquistasse os homens de acordo com a promessa do título. E ela respondeu que estava aprendendo a conquistar os homens, ao que o Bial observou sábiamente: "-É um bom começo." Conheci pessoalmente o Bial no Rio, no começo da década de 80. Fui passar minhas férias no Jardim Botânico, mais precisamente no Jornalismo da Globo. Peguntaram o que eu queria fazer além de ver o JN do estúdio. Respondi que queria sair com Pedro Bial em uma reportagem. Fui. Ele foi entrevistar, nos estúdios da Globo, o Jorge Fernando, na época diretor de de Guerra dos Sexos, explodindo de sucesso Brasil afora. Bial era um jovem inteligentíssimo, muito culto, bastante informado, respeitadíssimo nas redações do Rio. Praticamente um ídolo para mim. Quando vi ele noticiando a queda do muro de Berlim, fiquei extasiado. Hoje, ao ver o bom e velho Pedro Bial apresentando o BBB, fico meio encabulado. O dinheiro abundante e solto falou mais alto. Garante sua aposentadoria, é certo. Mas aquela aura de intelectual, cinéfilo, pensante, jornalista dos bons, cadê? O dinheiro está encobrindo. Teremos em breve, se já não temos - um milionário. Um pobre milionário.

Sequência de Fibonacci

domingo, 20 de março de 2011

Gérson, O Brasileiro.


Tá reclamando de quê?


" Tá" Reclamando do Lula? do Serra? da Dilma? do Arrruda? do Sarney? do Collor? do Renan? do Palocci? do Delubio? da Roseanne Sarney? dos políticos distritais de Brasilia? do Jucá? dos mais 300 picaretas do Congresso?


E você?


Brasileiro Reclama De Quê?


O Brasileiro:

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas. 2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas. 3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração. 4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

5. - Fala no celular enquanto dirige. 6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento. 7. - Para em filas duplas, triplas em frente às escolas. 8. - Viola a lei do silêncio. 9. - Dirige após consumir bebida alcoólica. 10. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas. 11. - Espalha mesas e churrasqueira nas calçadas. 12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho. 13. - Faz "gato" de luz, de água e de tv a cabo. 14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto. 16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas. 17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20. 18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado. 21. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata. 22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.









E quer que os políticos sejam honestos...

Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas...


Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não?

Brasileiro reclama de quê, afinal? E é a mais pura verdade, isso que é o pior!


Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!


Vamos dar o bom exemplo!


Espalhe essa idéia!



"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."

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Amigos!

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A mudança deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes!

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(autor desconhecido. Recebido via e-mail de Leoni Soares)

Olha a China aí, Obamaaaaaa!!!


Se você for a um restaurante com a família e ao pagar uma conta de R$ 99,00 com duas notas de R$ 50,00, vc exigiria o troco ou não faria questão, deixando R$ 1,00 de "caixinha" para o garçom? Pois é. A maioria das pessoas não faz questão desse 'um por cento' não é verdade? Fiquei boquiaberto ao saber que um por cento é tudo o que o Brasil consegue "abocanhar" do bolo do comércio mundial. Mudando de papaganz, a vinda do presidente norteamericano ao Brasil tem como um dos motivos, o fato de os EUA terem sido superados pela China na parceria comercial. Para lembrar como a China tem sido agressiva na sua estratégia de conquista de mercado, dias atrás vi um anúncio num site de um produto eletrônico com preço bem abaixo do que encontrara no mercado. Infelizmente, era uma venda direta da China e para piorar a desconfiança, o frete era via aérea e... de graça. Levantei um dia meio encapetado, querendo encontrar confusão. Entrei no tal do site, fiz a compra do tal produto, emiti, imprimi e paguei um boleto e sentei, esperando a óbvia decepção. Acabo de receber o produto, íntegro, funcionando, na caixa, 20 dias depois do pagamento. De duas uma: ou dei uma tremenda sorte, ou o presidente Obama sabe, realmente, qual é a da China e por isso correu para iniciar um trabalho de resgate da liderança em parcerias que está perdendo, inclusive a do Brasil.

sábado, 12 de março de 2011

O dia em que a cidade parou


Trabalhar numa grande rede de televisão é um privilégio de poucos e, de maneira geral, motivo de honra e orgulho, dado que as pessoas comuns costumam admirar e respeitar tais profissionais.

No subconsciente de todo estudante de jornalismo, mora o sonho de, um dia, trabalhar numa grande rede. E se, depois de formado um dia isso acontece, é motivo de comemoração com familiares, amigos, etc.

A coisa fica mais intensa, quando essa grande rede resolve abrir uma emissora regional. Aí, a coisa chega à beira do delírio.

Toda essa pompa e circunstância mexe com a personalidade de alguns, que passam a não mais ter um comportamento normal, não cumprimentam mais qualquer um, só conversam com quem acham importante no trabalho e por aí vai.

Essa chegada aos 'píncaros da glória' e esses efeitos colaterais no comportamento da tropa, acabam por gerar situações cuja comicidade supera a tragédia também presente.

Esse espírito acende o estopim de um impasse, quando chega à chefia de reportagem, à produção e, principalmente, ao setor de rádio-escuta, que é a ponte entre as fontes oficiais e a emissora.

Quando ocorre um fato relevante que envolva a necessidade da presença do Corpo de Bombeiros, a central dos homens do fogo toma todas as providências regulamentares e, em seguida, alguém liga para a imprensa, informando o ocorrido, quase sempre em tempo de uma cobertura imediata de um incêndio, por exemplo.
Na verdade, o procedimento correto é o pessoal de rádio escuta ligar o tempo todo, fazendo uma varredura nas fontes, para tentar 'pescar' uma notícia. No intervalo dessa varredura, as fontes costumam também ligar.

Ninguém me contou: presenciei esses acontecimentos, eu estava lá e assisti a tudo.

Vou pinçar um só exemplo da estupidez que acomete, de vez em quando, certas redações de televisões regionais:

Num plantão, eu dava bobeira na redação - estava de folga mas fui até la - o rádio escuta conversava com a mulher ao telefone. O chefe de reportagem simplesmente namorava uma repórter que estava em casa de folga, também por telefone.

Claro que sobrou para mim antender uma ligação. Era do corpo de bombeiros: um grave acontecimento na região. Não consegui interromper nenhum dos dois plantonistas.

Senti o bombeiro bastante desconfortável em ter que esperar. Mas esperou.


Quando o rapaz da rádio escuta afinal atendeu o bombeiro, perguntou onde era o ocorrido e anotou, dizendo logo em seguida: "-A gente já sabia!" claro que era mentira, sabia nada. E desligou o telefone com força, sem agradecer.

Esse fato me deixou preocupado, mas não a direção de jornalismo, encastelada no seu "aquário" apartado da redação e ainda assim nunca aos finais de semana ou feriados.

Um belo dia, descobriu-se que o jornalismo sofrera uma gigantesca "barriga". As rádios e os jornais foram avisados de um fato, mas a TV não. Acendeu-se um alerta geral na redação.

Apesar da orelha em pé, os fatos foram se sucedendo, com a TV alheia a tudo. Um amigo de um jornal passou a avisar quando havia um fato relevante, mas a polícia civil, a polícia militar, os bombeiros e uma boa parte da cidade que provia como fonte a TV com informações, calou-se.

Pior: o problema acontecendo, todos de rádio e jornal avisando a TV que estava acontecendo e a escuta, ao checar recebia sempre a mesma resposta: "Não há nenhum fato relevante, está tudo normal."

É óbvio que, cansadas de serem destratadas pelo pessoal do jornalismo, as fontes se conversaram e resolveram colocar a emissora fora do rol de redações para as quais todos ligavam quando acontecia alguma coisa.

Algum velho jornalista já disse e é verdade: jornalismo sem fonte, não é jornalismo.

Resultado: o diretor de jornalismo precisou, com o diretor geral da emissora a tiracolo, visitar todas as instituições da cidade que serviam de fonte à redação, pedir desculpas pelo mau tratamento que motivou esse lockout geral e pedir encarecidamente que o relacionamento fosse reatado.

Por incrível que pareça, isso aconteceu numa emissora regional de uma cidade média do interior de São Paulo e anos mais tarde, em outra, ocasiões e locais diferentes, mas motivos idênticos: a arrogância e desrespeito com que as supostas 'vestais' do jornalismo tratavam as suas fontes, motivando uma conspiração para provocar a volta da humildade à redação da TV.

Voltou.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Nhapecan

Em São José do Rio Preto, no começo da década de 90, fui morar do lado do aeroporto. E presenciava o trabalho de um bando de maníacos por voar, arrastando prá lá e pra cá os seus equipamentos sem motor. Caí na besteira de entrar no meio deles. Fui inoculado pelo vírus e passei a adorar voar de planador. Controlar o bicho que tem planeio maior do que o reboque e mante-lo abaixo, para que não provoque o pilonamento da aeronave de tração é algo fantástico. Depois que chega aos 600m, desliga-se a corda e fica-se apenas ouvindo o sibilar do vento, com aquela preocupação em encontrar logo aquela super-série de térmicas que poderá te levar a 2, 3 mil metros. Sabíamos que poderia curvar para subir, assim que uma térmica apertasse a nossa bunda no assento da máquina. Simples demais. Meu record foi 5 horas no ar e meu mais pífio desempenho foi 15 minutos para baixar de 600 para o nível da pista, num dia meio esquisito e sem térmicas. O equipamento era o Nhapecan biplace (2 lugares), com 400 kg de peso e um angulo de planeio de 30:1 - ou seja, a cada metro que desce, avança 30. Era uma delícia depois de ficar sob nuvens - jamais se deve entrar nelas com planador - fazer a volta de pista, pegar a perna do vento, aproximar da cabeceira com o freio aerodinâmico aberto, glissar um bocadito, nivelar o bicho a 1 metro do chão, fechar o freio aerodinâmico, botar o manche delicadamente para a frente e fazer o bicho enfrentar o floating e tocar com a roda no asfalto. Naquela época em Rio Preto, por ter que desocupar logo a pista em função dos aviões comerciais cujos pilotos infernizavam a vida das torres por causa dos planadores, todo mundo emagrecia um bocado com o esforço de empurrar, já que nem sempre tinha um veículo para rebocar na pista os Nhapecan.




















Nunca mais voei. Soube que em Jundiaí tem um pessoal que pratica volovelismo. Mas ando meio sem disposição para ir até lá.

Costumo ironizar meus problemas, mas esta profissional é insuperável:

clique na imagem para ampliar



Vida Louca

Meu pai foi na mosca, quando me visitou. Prevendo minha recusa em vir a Campinas ajudá-lo num trabalho de dois meses que tinha que realizar, na mesa do almoço tirou do bolso um pacote de dinheiro que eu nem mais me lembrava quando tinha visto um igual. Duro e endividado, apesar de trabalhar na Rádio Clube de Pouso Alegre no sul de Minas e ser dono do Serviço de Som da Rodoviária, não tive alternativa. Na época, (1978) a cidade tinha pouco mais de 60 mil habitantes e eu, muitos problemas. Claro que aceitei. Pedi para um amigo "gerenciar" o som e consegui uma licença não remunerada na rádio. Em Campinas, fui morar numa pensão no Guanabara. Era de um casal, Dona Paula e Seu Romeu. Num dos primeiros dias, fiquei um tempo sentado na sala vendo TV. No outro sofá, um homem de seus 30 anos, cabelo cortado à militar, prestava uma atenção danada na televisão. Num intervalo, ele olhou para mim e disse, com ar sério: "- Os homens estão chegando. Cuidado!" Sem entender, perguntei quem estava chegando e ele, fazendo cara de confidência, meio que assoprou: "-Os alienígenas! Os homens do espaço!" Percebi algo estranho, é claro, mas me calei. Dona Paula, que presenciou a conversa, logo que ele saiu da sala me chamou à copa e contou a incrível história desse homem. Era filho dela e se chamava Helio, ou melhor: Helinho. Funcionário da FEPASA, lotado na Capital, até alguns anos atrás. Tinha um bom cargo e acabara de ganhar uma promoção como chefe de um setor da Contabilidade da Empresa. Era bastante inteligente e competente, disse a mãe. Logo em seguida à promoção, ficou noivo. Muito trabalhador, fazia longos serões. Num sábado, avisou a noiva que não iria namorar, porque tinha que adiantar um trabalho até altas horas. Mas por volta de 9 da noite conseguiu terminar e resolveu passar na casa dela, apenas para dar um beijo e ir dormir. Helinho era de uma geração que nutria um grande respeito a tudo. Ao bater, ela não estava. "-Foi ao cinema" explicaram os familiares. Ele deu-se por contente e se despediu. Entretanto, o amor era mais forte e resolveu esperar na rua a noiva chegar do cinema, para lhe dar o tal beijo e ir embora de vez, descansar. Naquele tempo, a iluminação era fraca e havia muitas árvores frondosas na rua. Helinho ficou, discretamente, sob uma dessas árvores. Não demorou muito e a noiva chegou. Estava num táxi. Quando pensou em correr para abrir a porta, eis que percebeu que a moça estava beijando sofregamente o taxista. Hirto de surpresa, ficou sem reação, vendo o beijo evoluir para um coito apaixonado ali mesmo, dentro do carro. Antes do fato consumado, Helinho saiu discretamente e foi embora. No domingo, foi à casa da noiva, entregou a aliança, devolveu os presentes mais caros e encerrou o relacionamento ali mesmo.
Meses depois, em Campinas, num dia de Derbi (Ponte Preta x Guarani) em pleno estádio, Helinho começa a rasgar a própria roupa e a gritar o nome da ex-noiva. Estava rompido o contato do rapaz com a realidade, contato esse nunca mais refeito.

Anos depois de ir embora de Campinas, numa visita aos meus filhos, encontrei seu Romeu no Mercado da Barão de Jaguara. Perguntei de D. Paula. Ia bem. E perguntei de Helinho. Ao que ele respondeu: "- Descansou. Faz alguns meses que Helinho morreu." Apresentei meus sentimentos, me despedi do seu Romeu e fui embora, pensando: "Não, Helinho não morreu agora. Ele morreu naquela noite em São Paulo, naquela rua diante de um táxi." Vida louca!

terça-feira, 8 de março de 2011

A Síndrome de Jô Soares


Tenho visto com uma certa frequência, repórteres e entrevistadores com dificuldade de própria localização nas matérias ou entrevistas que realizam.

A gente aprende na teoria e na prática, que a coisa mais importante no jornalismo, é a informação.

O profissional que passa a informação, por importante que seja, jamais deverá pretender ser mais importante do que a notícia.

Desta maneira, quando ouço no rádio ou na TV um jornalista dizer "-Está aqui ao meu lado" ou "-Tenho aqui ao meu lado" um entrevistado qualquer, estranho bastante.
Quando isso ocorre, vejo que o jornalista está, mesmo sem querer, sendo inconveniente, uma vez que muito pelo contrário, todos nós sabemos qual a ordem correta e quem está ao lado de quem.
Ou seja, na verdade, é sempre e invariavelmente o repórter que está ao lado do entrevistado, nada mais.
Pode ser que o profissional em questão seja fã incondicional e assista muito ao programa do Jô Soares, que situa o entrevistado, seja ele um ilustre desconhecido, seja ele o Papa, assim:
"-Nesta bela noite no Vaticano, eu tenho aqui do meu lado, Sua Santidade..."
Aí pode, porque se proibirem o sensível, criativo e artístico Jô de fazer isso, com o ego que tem, ele certamente irá morrer de angústia.
Mas o jornalista, não!

Capricho

Da natureza ou do photoshop? Opine.

Olhar para o céu é olhar para Deus


Isso é uma nebulosa fotografada pelo telescópio Hubble. Nós viemos de uma assim, quando o sistema solar se formou. Em nosso conglomerado de estrelas ao qual os astrônomos chamam de galáxia ou via láctea, tem 170 bilhões (170.000.000.000) de estrelas iguais ao sol, na qual ele tem uma dimensão de 5a grandeza, ou seja, exitem estrelas com 20km de diâmetro e estrelas com 2.000 vezes o tamanho do sol. Veja na imagem abaixo, a comparação dos planetas do sistema solar.


Para saber mais:

Não me olhe assim! uh!

Aqui na Bela Vista o pessoal chama isso de "olhar pidoncho".

segunda-feira, 7 de março de 2011

Saiba como lidar com essa praga...

Hoax é uma informação distribuída por e-mail e outros meios, com conteúdo falso, por vezes alarmista, quase sempre apelando para emoção, geralmente pedindo a retransmissão do assunto para catálogo de endereços do destinatário.

Veja algo sobre o assunto AQUI.

E também AQUI.

Virtual Real? oh...


Quem disse que as amizades virtuais são frágeis e voláteis e que as pessoas que se encontram em sites de relacionamento nunca conhecem de verdade umas às outras?


Esse povo se reuniu recentemente no Boi na Brasa na República e é do YUBLISS !!!

domingo, 6 de março de 2011

O aprendizado do pensamento


Os ditadores do mundo devem estar perplexos diante de demonstrações cabais de povos inteiros de que, da mesma maneira que as pessoas não se sentem bem quando se lhes procura ensinar que a qualidade de uma poesia deve ser medida pelo volume de texto, também o sentimento de desejo de liberdade, igualdade e fraternidade não são meros ensinamentos escolares, mas um ideário inerente à Humanidade. A possibilidade de externar seus sentimentos cívicos de um lado com mais força e de outro com mais espontaneidade, é uma inovação propiciada pelo fato de que o mundo moderno está produzindo, a cada dia mais e mais, pessoas que aprendem a pensar e, com isso, desenvolvem dentro de si, diariamente, o indefectível e legítimo desejo de ser cidadão. O mundo de hoje, a exemplo do professor de "Sociedade dos Poetas Mortos" demonstra que deseja e está nos ensinando o que fazer através do pensamento.

Oportunidades & Determinação

O exemplo mais recorrente de inexorabilidade, é quando a mulher decide seduzir.
O exemplo mais recorrente de oportunismo, é quando o homem decide permitir.

sábado, 5 de março de 2011

Amizade



"Amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito, e, mesmo assim, ainda gosta de você." (Kim Hubbard)

Shame

A exemplo de Eva Rosenberg, a personagem interpretada por Liv Ullmann no filme de Ingmar Bergman SKAMMEN (Vergonha) alguém, neste momento, em algum lugar do mundo, está perplexo por ter a sua condição humana afrontada pela guerra e justificando: "Nosso rádio vive quebrado..."

sexta-feira, 4 de março de 2011

Não acredito em E.Ts.



Eu não acredito em extraterrestres e um dia, ainda vou ter o prazer de dizer isso a um deles!