terça-feira, 31 de maio de 2011

Já falou no seu celular hoje?

OMS chama atenção para relação entre o uso de celulares e o desenvolvimento de câncer


RIO - Pela primeira vez desde que estudos começaram a ser feitos, a Organização Mundial da Saúde alertou nesta terça-feira para a existência de uma relação entre o uso de celulares e o desenvolvimento de câncer. A agência agora classifica o uso dos aparelhos na categoria de potencial cancerígeno, a mesma para chumbo e clorofórmio.

Antes do anúncio, a OMS chegou a garantir aos consumidores que nenhum aviso de risco à saúde havia sido estabelecido. Mas uma equipe de 31 cientistas de 14 países tomou a decisão de revisar estudos sobre segurança dos celulares. O grupo descobriu evidências suficientes para classificar a exposição pessoal como "possivelmente cancerígena para humanos".

Isso significa que, até agora, não há pesquisas suficientes para esclarecer se a radiação de celulares é segura, mas há dados o bastante mostrando uma possível relação à qual os consumidores deveriam ficar atentos.

- O maior problema que nós temos é que sabemos que fatores ambientais precisam de décadas de exposição até realmente vermos as consequências - disse à CNN Keith Black, neurologista chefe do Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O tipo de radiação emitida por um celular é chamada não ionizante. Não é como um aparelho de Raio-X, mas se parece mais com um forno microondas de muito baixa potência.

- O que as microondas de radiação fazem, nos termos mais simplistas, é parecido com o que acontece com a comida no microondas, só que com o nosso cérebro. Então, além de poder acarretar o desenvolvimento de tumores, elas poderiam causar uma série de outros efeitos, como danificar a função de memória cognitiva, já que os lobos de memória temporal ficam onde seguramos nossos celulares - completa Black.

A Agência Europeia de Meio Ambiente solicitou a realização de novos estudos, afirmando que os celulares podem ser um risco à saúde pública como a fumaça, amianto e gasolina com chumbo. O coordenador de um instituto de pesquisa sobre câncer na Universidade de Pittsburg enviou um memorando a todos os funcionários pedindo a eles que limitassem o uso de celulares, devido ao risco de desenvolver câncer.

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3M UM D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314.

3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45.

QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4.
4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0.

C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R.

M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R!! S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0. 0 R3570 3 F3170 4R314.

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sábado, 28 de maio de 2011

Enchentes no Mississipi e os diques



Parece que os desastres naturais não param de acontecer ultimamente. O rio Mississipi, nos EUA, está provocando enchentes há algum tempo, e os habitantes estão construindo diques para proteger as casas.



Às vezes, funciona.



Às vezes não

Veja a galeria completa de fotos no In Focus, da revista The Atlantic.

fonte I.E.

sábado, 21 de maio de 2011

"O Cara"

Dois leões fugiram do Jardim Zoológico.
Na fuga, cada um tomou um rumo diferente.
Um dos leões foi para a floresta e o outro, foi para o centro da cidade.
Procuraram os leões por todo o lado, mas ninguém os encontrou.
Depois de um mês, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas.
Voltou magro, faminto, alquebrado.
Assim, o leão foi reconduzido à sua jaula.
Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrou do leão que fugira para o centro da cidade, quando um dia, houve uma correria e o bicho foi recapturado.
Voltou ao Jardim Zoológico gordo, sadio, vendendo saúde.
Mal ficaram juntos de novo e o leão que fugira para a floresta perguntou ao colega:
- Como é que conseguiste ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com saúde? Eu, que fugi para para a mata, tive que voltar, porque quase não encontrava o que comer!!!
O outro leão então explicou:
- Enchi-me de coragem e fui esconder numa repartição pública. Cada dia comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.
- E por que voltaste então para cá? Tinham acabado os funcionários?
- Nada disso. Funcionário público é coisa que nunca se acaba. É que eu cometi um erro gravíssimo. Tinha comido o diretor geral, dois superintendentes, cinco adjuntos, três coordenadores, dez assessores, doze chefes de seção, quinze chefes de divisão, várias secretárias, dezenas de funcionários e ninguém deu por falta deles! Mas, no dia em que eu comi o cara que servia o cafezinho...
Estraguei tudo!!

Equipe


Desde a mais tenra infância, tive contato com essa tal de "equipe".
Nos folguedos, brincávamos de mocinho e bandido e, é lógico, tínhamos que escolher o lado e passávamos, então, a fazer parte da equipe de heróis ou de vilões.
E articulávamos as ações combinando verbalmente tudo o que estaria se passando em nossa imaginação, fator preponderante para o sucesso da brincadeira.
Depois, veio a escola e realmente, foi o único lugar de minha vida onde constatei que, efetivamente, equipe não funciona.
Fiz muitos trabalhos de equipe para a minha equipe.
Um porre.
Depois, já adulto, experimentei o uso da equipe profissionalmente em várias empresas. Mas em especificamente uma, pude notar o quão é importante e o quanto resolve uma equipe bem montada, bem treinada e afinada para alcançar objetivos.
Quando vejo, hoje, em algumas empresas, a centralização excessiva, o egoísmo de alguns, o medo atávico de perder o posto para outrem, a má vontade em repassar conhecimento aos menos experientes, a dicotomia entre chefias e chefiados, fico consternado.
Afinal, tudo isso que eu acabo de elencar, são fatores desagregadores e que praticamente eliminam a possibilidade de montagem de uma autêntica equipe.
Por outro lado, é tão bom realizar reuniões de trabalho onde cada um assume uma responsabilidade, não sem antes relatar aos demais os resultados de suas responsabilidades anteriormente assumidas, seus rumos e aproveitamento - porque vemos, com isso, que a equipe funciona de uma maneira mágica, produtiva, eficiente, quando há união, consenso, responsabilidade e objetivos comuns.
Numa equipe azeitada, não existe a figura da"cobrança" de tarefas e de obrigações.
Todo mundo sabe da sua, o que existe é a checagem de possíveis necessidades no decurso de sua realização, por parte dos colegas ou das lideranças, para que o trabalho chegue a bom termo.
Muitas vezes, aqueles que ocupam postos de comando, muito embora reconheçam fielmente o valor e a oportunidade de determinada ação de determinado comandado, esquecem-se de manifestar verbalmente ou por escrito esse reconhecimento, o que é lamentável, porque o ânimo da equipe pode ser revigorado pelo reconhecimento daquilo que, muito embora evidente, necessita ser destacado por seus superiores, para que faça seu efeito compensador e estimulante.
Ninguém gosta de ser mais um, um número ou um nome perdido no meio de muitos. Também aprecio muito lembrar de quando nosso trabalho dava um resultado positivo e relevante.
Nos abraçávamos, alguns gritavam, chegávamos a chorar de emoção pela tarefa muito bem, excelentemente cumprida.
Afinados na ação, afinados na comemoração.
Tenho saudade desse tempo.
Não éramos profissionais ligados a uma empresa, em busca da sobrevivência, realizando um trabalho comum.
Muito, muito mais que isso.
Éramos irmãos, solidários, afinados, lutadores e vencedores.
Tenho muito orgulho de ter tido, anos atrás, esse tipo de experiência.

O Pulso


A contração da matéria chega ao seu clímax.

É a singularidade.

De repente, por algum motivo, a energia e a matéria descompensam equilíbrios e há uma mega-explosão.

Algo me fala de pulso.

Como se tudo no universo tivesse vida.

Como se o princípio do coração fosse realmente aquele ir-e-vir de construção de formas.

De troca de energia por massa.

De massa por energia.

de acasalamento de matéria com força.

De um vai-e-vem que, puxando para si como aliada a eternidade, constrói e destrói ad-infinitum.

Multifacetando o resultado de sua aleatória ação em resultados que, no seu devido tempo, se transformam em minúsculas partículas do Universo, refletindo sobre si mesmas, como bem disse Carl Sagan.


Queria dizer do imponderável, pensar o impensável, dar asas ao pensamento, dado que é o único em todo o mundo que não tem limites nem barreiras.

Vem comigo!



O amigo do meu amigo...


No colégio, aprendi matemática Moderna, de Oswaldo Sangiorgi.
A minha professora, ou era mesmo terrívelmente fria, ou escondia muitíssimo bem as emoções.
Se o aluno dissesse que a amava, não movia nenhum músculo da face e a mesma coisa valia para quando algum aluno mais destemperado dissesse que a odiava.
Era uma autoridade na matéria, mas não tinha muita didática e desse jeito, nem poderia ter.
Foi ela quem, gentilmente, me conduziu nos primeiros passos para detestar Matemática. Entretanto, ficou aquela história do be-a-bá dos números relativos:
"O amigo do meu amigo é meu amigo e o inimigo do meu inimigo é meu amigo e o amigo de meu inimigo é meu inimigo".
Uma falácia, um sofisma só que desta vez, utilizado para o bem, ou seja, para a compreensão dos alunos, do que vem a ser o sistema de números relativos.
Na vida real, o arqui-inimigo do meu amigo pode ser meu melhor amigo e aí, a lógica dos números relativos revela a sua verdadeira cara feia de falsidade, para a minha saia-justa de explicar para os dois que sou uma espécie de "suíça", um campo neutro no meio deles.
Aliás, conviver assim, com os contrários, é uma arte.
É também um exercício de equidade e isenção, uma vez que não podemos puxar a sardinha para lado nenhum, sob pena de provocar um embroglio bastante desagradável e difícil de desfazer.
Os mais descolados e corajosos ousam até emitir opinião:
"- Acho que o Everaldo José tá errado, mas ele é um cabeça de prego que não escuta ninguém!"
Mas aí, pode haver mesmo uma saia justa com o Everaldo José a qualquer momento, porque muito embora ele possa receber com um sorriso essa afirmação, no fundo, no fundo , ele pode esperar ardentemente uma oportunidade de dizer algo também desairoso sobre você.
A convivência é muito especial e é a base de nossa sobrevivência como seres sociais por excelência.
E você, tem se dado bem nesse contexto?

Como Fazer um Bebê

Irracionais mesmo? Até onde?


A minha gata Docinho, uma vira-latas encontrada por minha filha na praça Roosevelt e trazida para casa recém-desmamada, passa todo o tempo ao meu lado, quando estou em casa.

Adora um colo, quando não pede colo fica obervando tudo o que faço atentamente e um sinal de que está á vontade, relaxada, é quando começa a fazer a higiene corporal, lambendo os pelos.


Por isso, consigo de uma certa forma, observar melhor seu comportamento.


Por vezes, fico impressionado como ela entende as coisas que falo, acata ordens, aceita convites, não sei se ela na verdade interpreta o tom de voz ou entende a situação com aqueles en
ormes olhos verdes.

Na realidade, o animal chamado de irracional, tem um quê de inteligente, no meu entendimento.


Outro dia, sem querer, dei uma pisadela na Docinho e ela deu um miado bastante alto, que até me assustou.

Não aconteceu nada com ela, mas nas horas seguintes, ela se comportou como se estivesse magoada, zangada, revoltada com o que aconteceu e não aceitou meus convites para pular no meu colo, não atendeu minhas ordens e ficou muito na dela, só vindo a reestabelecer aquela convivência normal do dia-a-dia comigo, no dia seguinte.

O fato se repete quando dou banho nela.
Fica furiosa comigo porque demonstra isso.

Tive quando garoto, alguns cachorros também que eram de uma inteligên
cia fora do comum, adivinhavam meus pensamentos.
(na foto, Docinho e sua filha Pingo)

Afinal, até onde esses animais - cãe e gatos - são irracionais, mesmo?

(Boy, pai de Pingo, repousando depois de uma noite de farra)

Método Eficiente se Consolida Automaticamente


Yara era uma moça morena de algo em torno de trinta anos de idade.
Digamos assim, não perfazia o meu modelo stander de beleza, mas era muito inteligente.
Inteligente e competente.
Por um desses caprichos do destino, ela veio a ser minha chefe.
Meu padrasto arrumou-me o primeiro trabalho de carteira assinada de minha vida com amigos e fui ser um novato absolutamente inexperiente auxiliar de escritório na administração de uma conceituada instituição local.
Do alto dos meus 14 anos, eu tinha uma inconveniência que logo cedo me levaria a conhecer os dissabores da vida.
Era muito sincero com as pessoas próximas.
E ninguém era mais próxima de mim, do que a minha chefe.
Conquistei, portanto, merecidamente a antipatia dessa jovem mulher, num belo dia quando disse a ela, sem a menor cerimônia, que eu a admirava e respeitava muito e a considerava muitíssimo competente, fato este pelo qual considerava absurdo e completamente dispensável ela ficar fazendo fuxico da Diretora.
Aliás, ela poderia, sem maiores problemas, vir a substituir a Diretora, assim que houvesse uma oportunidade, sem precisar ficar difamando a mulher e nem forçando a situação.
Pronto.
Ganhei uma grande e inexorável inimiga.
Ela foi, no dia a dia do trabalho, retirando minhas tarefas uma a uma, até que fiquei sem nada para fazer.
Na terceira visita que o diretor geral da bagaça fez ao escritório e me pegou parado, chamou-me e a ela para uma conversa reservada no consultório dentário, que estava desocupado no momento.
Aos berros, ele falou que a instituição não estava para sustentar vagabundo e que eu estava demitido.
A divisória do gabinete era de alvenaria, mas não ia até o teto.
Todo o escritório ouviu o sabão.
Fui chorando para casa e em casa, foi outro drama para explicar coisas que eu não entendia direito como isso de malícia e esperteza, mas especialmente de maldade.
Senti muita raiva de Yara, porque ela não movera um dedo para me defender junto ao diretor.
Mais tarde, compreenderia que era obra dela, tudo aquilo.

Fui profético. Anos depois, não muitos - Yara era a Diretora, como queria.

Um belo dia, a rádio da cidade noticia uma tragédia.
O noivo de Yara tinha entrado com seu carro sob um caminhão e morrera com a cabeça decepada.
Foi um choque.
Senti então, algo diferente por Yara.
Um misto de compaixão e piedade.
Ela amava muito aquele rapaz.
Imaginei o seu sofrimento.

Mais tarde, encontrei um amigo comum e ele, dentre outros assuntos, comentou:
"-Nossa, você viu o que fizeram com a Yara?"
Eu neguei, estava alheio a tudo naquele momento, mergulhado num projeto de trabalho.

Pois é, disse o amigo.
Fizeram uma grande sacanagem com a coitada.
Foram tirando atribuições dela, tirando, tirando e quando ela estava totalmente sem nada para fazer, o diretor chegou, a pegousem fazer nada, deu um tremendo dum sabão nela e a demitiu desonrosamente.
Isso não se faz!

Não se faz mesmo, respondi.
Mal sabia o meu amigo, com que propriedade eu dissera isto.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Riquezas Naturais


" Nunca pensei que a partir dos 40 pudéssemos ter uma riqueza tão grande ! Prata nos cabelos. Ouro nos dentes. Pedras nos rins. Açúcar no sangue. Chumbo nos pés. Ferro nas articulações. Catarata nos olhos, e uma fonte inesgotável de gás natural."
Quem ainda não é rico, prepare-se ! Sua vez vai chegar !

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Novidadeirismo


Estava vendo a data da publicação no jornal O Globo dessa pérola de Cristóvam Buarque.
Ano de 2000. De lá para cá, quanta água passou por debaixo da ponte!
Mas o valor do que foi dito nesse artigo, não diminiuiu nem um pouco, só aumentou.

A propósito, estava lembrando de uma conversa com meu chefe, tempos atrás.
Ele me disse que determinado assunto estava velho, com a intenção de dizer que eu deveria cuidar de assuntos mais recentes.
Aí eu fiz a seguinte observação:
"-Ainda bem que vc não está na Itália e não apita nada por lá. Imagino que se pudesse, iria pretender reformar a antiquíssima Capela Sistina e substituir aqueles afrescos seculares, por novíssima camada de pastilha reluzente."

Ele foi embora sem me reesponder. Acho que foi para não me dizer um palavrão.

Em redações de TV também existe no ar um cinismo latente, quando se trata de classificar um assunto como obsoleto.

Não sei se dei azar nas televisões onde trabalhei, mas em todas (uma meia dúzia) havia uma preocupação atávica com a validade dos assuntos.

Em paralelo, havia "n" critérios para avaliar se um assunto 'morrera' ou não. Praticamente subjetivo e dependia do humor das chefias naquele determinado dia.

Pouco afeitos à figura da 'suíte' - uma espécie de continuação de matérias, justificadíssima quando o assunto é extenso e complexo, os chefes deixavam de lado assuntos importantes, apenas com a explicação sumária: "Demos isso na semana passada". E lá se ia a oportunidade de fazer o telejornal bombar.

Mas eu sempre esperava a minha vez e quando me deparava com uma pauta de evento anual, como o natal, p.ex., logo atacava em meio à redação fazendo em voz bastante alta um comentário parecido a este:

"- Nossa! Matéria sobre presépio animado! Mas a gente não fez essa matéria no natal passado? Eu me lembro. Fica mais fácil fazer um reaproveitamento, devemos ter isso no arquivo. "

Porque na verdade, tirando a cara dos protagonistas, as pautas, os enfoques e as matérias eram totalmente iguais, apenas o ano era diferente. Papai Noel que o diga.

Mas aí, o 'novidadeirismo' das chefias era esperta e devidamente desligado. E ninguém dizia, descartando a possibilidade de execução da pauta: "-Ah, esse assunto a gente já abordou."

domingo, 15 de maio de 2011

Relâmpago no Brasil Fotografado da Estação Espacial (NASA)




Cristóvam Buarque e a Amazônia


A internacionalização do mundo

O Globo – 10/10/2000

“Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.
Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.
Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.”

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tempos Modernos: Tente imaginar Superman se trocando num tótem público...


Se eu fosse as companhias de telefonia, substituiria todos os telefones públicos, por totens públicos.

Fazendo a mesma coisa que o telefone, mas em VOIP (voz sobre IP) com áudio e vídeo, com possibilidade de navegar na Internet.

Como existe muita depredação, os realocaria da rua para estabelecimentos comerciais, áreas comuns de prédios, bancas de jornais ou outras áreas mais protegidas.

E as pessoas fariam da mesma maneira que hoje: comprariam um cartão magnético de crédito para usar os totens.

Em alguns locais melhor protegidos e mais movimentados, poderia haver até impressoras e scanners, bem como gravadores de DVD.

Ou seja, as teles teriam uma fonte de renda muito interessante, num nicho onde hoje, por causa da depredação, ela só tem prejuízo, mesmo porque os celulares praticamente substituiram os telefones públicos, o que deve ter reduzido drasticamente a utilização dos mesmos e, por conseguinte, a sua produtividade.

A grande vantagem, é que elas não precisariam trocar tudo de uma vez, mas poderia fazer aos poucos, modularmente, em áreas de maior interesse primeiro, para garantir rentabilidade.

Se algum boss de tele estiver lendo agora, por favor, fique à vontade: não vou cobrar nada pela idéia, tá escrito aqui isso, pode usar: é "de grátis".

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A DOR QUE REVELA CARÁTER

Não sei se o conteúdo deste texto é verdadeiro. Recebi por e-mail, do bom e velho amigo Dr. Oswaldo Catan. Mas pelo contexto, creio que sim. Desde menino, tive contato com imigrantes e filhos de imigrantes japoneses. Portanto, conheço não muito, mas o suficiente para fazer desta publicação minha homenagem singela às vítimas de Fukushima e, por extensão, ao povo japonês.

(A carta a seguir foi escrita por Ha Minh Thanh, um imigrante vietnamita que é policial em Fukushima no Japão, a seu irmão, mas acabou chegando a um jornal em Shangai que a traduziu e publicou. )


Querido irmão,

Como estão você e sua família? Estes últimos dias tem sido um verdadeiro caos. Quando fecho meus olhos, vejo cadáveres e quando os abro, também vejo cadáveres. Cada um de nós está trabalhando umas 20 horas por dia e mesmo assim, gostaria que houvesse 48 horas no dia para poder continuar ajudar e resgatar as pessoas.

Estamos sem água, eletricidade e as porções de comida estão quase a zero. Mal conseguimos mudar os refugiados e logo há ordens para mudá-los para outros lugares.

Atualmente estou em Fukushima – a uns 25 quilômetros da usina nuclear. Tenho tanto a contar que se fosse relatar tudo, essa carta se tornaria um verdadeiro romance sobre relações humanas e comportamentos durante tempos de crise.

As pessoas aqui permanecem calmas – seu senso de dignidade e comportamento são muito bons – assim, as coisas não são tão ruins como poderiam. Entretanto, mais uma semana, não posso garantir que as coisas acabem chegando a um ponto onde não poderemos dar proteção e manter a ordem de forma apropriada.

Afinal de contas, eles são humanos e quando a fome, a sede se sobrepõem à dignidade, farão o que tiver que ser feito para conseguir comida e água. O governo está tentando fornecer suprimentos pelo ar enviando comida e medicamentos, mas é como jogar um pouco de sal no oceano.

Irmão querido, houve um incidente realmente tocante que envolveu um garotinho japonês que ensinou a um adulto como eu, uma lição de como se comportar como um verdadeiro ser humano.

Ontem à noite fui enviado para uma escola infantil para ajudar uma organização de caridade a distribuir comida aos refugiados.

Era uma fila muito longa e notei, no final dela, um garotinho de uns 9 anos que usava uma camiseta e um short.
Estava ficando muito frio e fiquei preocupado se, ao chegar sua vez, poderia não haver mais comida. Fui falar com ele. Ele contou que estava na escola quando o terremoto ocorreu.
Seu pai, que trabalhava perto, estava se dirigindo para a escola para apanhá-lo e ele, que estava no terraço do terceiro andar, viu quando a onda tsunami levou o carro com seu pai dentro.


Perguntei sobre sua mãe e ele disse que sua casa era bem perto da praia e que sua mãe e sua irmãzinha provavelmente não sobreviveram. Notei que virou a cabeça para limpar uma lágrima quando perguntei sobre sua família.

O garoto estava tremendo. Tirei minha jaqueta de policial e coloquei sobre ele. Foi ai que a minha bolsa de bentô (comida) caiu. Peguei-a e dei-a a ele dizendo: “Quando chegar a sua vez a comida pode ter acabado. Assim, aqui está a minha porção. Eu já comi. Por que você não come”?

Ele pegou a minha comida e fez uma reverência. Pensei que ele iria comer imediatamente, mas ele não o fez. Pegou a comida, foi até o início da fila e colocou-a onde todas as outras comidas estavam esperando para serem distribuídas.


Fiquei chocado. Perguntei-lhe por que ele não havia comido ao invés de colocar a comida na pilha de comida para distribuição.
Ele respondeu: “Porque vejo pessoas com mais fome que eu. Se eu colocar a comida lá, eles irão distribuí-la mais igualmente”.


Quando ouvi aquilo, virei-me para que as pessoas não me vissem chorar. Uma sociedade que pode produzir uma pessoa de 9 anos que compreende o conceito de sacrifício para o bem maior, deve ser uma grande sociedade, um grande povo.

Bem, envie minhas saudações à sua família. Tenho que ir, meu plantão já começou.


Ha Minh Thanh