quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sãopaulofobia


São Paulo tem alguns pontos frágeis, quando se trata de notícia.

Acontece que minha ex-noiva morria de medo de vir para São Paulo comigo e não era por causa do meu olhar de tarado não.

A carioquinha da Barra da Tijuca conhecia a minha cidade apenas pelo noticiário, principalmente de televisão e o que ela construiu mentalmente como a face de São Paulo era algo monstruoso:
“Não se pode andar na rua que na primeira esquina somos assaltados.” dizia ela, demonstrando medo no olhar.

“Quando chove, inunda tudo.” Complementava.

E para fechar com chave de ouro:

“Só tem engarrafamento nas ruas, não se anda em São Paulo!"

Bem, São Paulo é tão grande, tão pródiga, que tem tudo isso e muito mais, sim senhor.
Tem assaltos, inundações, trânsito péssimo.
Mas não é dessa maneira tão abrangente e absoluta como as pessoas de fora imaginam.


Moro bem no começo da zona sul e quando as marginais dos rios Pinheiros e Tietê ficam alagadas por causa da chuva forte, aqui no meu bairro por vezes não caiu nem uma gota.

Mas a gente vê no noticiário, sem a menor cerimônia:

“- São Paulo sofre debaixo dágua” como se toda a cidade estivesse alagada, o que, para quem sabe realmente do tamanho dessa megalópole, seria uma tragédia inominável, caso acontecesse de verdade.
Quando a avenida 23 de Maio está parada com milhares de carros entupindo as suas pistas, na Domingos de Morais, ou avenida do Estado, duas artérias proximas da 23, por vezes está tudo normal.
Quando num bairro relativamente próximo do meu, por exemplo Santo Amaro - explode um caso de violência, um homicídio ou chacina, o resto da cidade trabalha e muito para se sustentar e está na mais perfeita paz.
Acontece que a culpa dessa imagem distorcida que o morador de outros Estados tem de São Paulo é de certos setores da imprensa, que carregam bastante na tinta para vender jornal ou para manter audiência de rádio e TV.

No Rio de Janeiro, colocam a miséria da favela no morro e bem em frente, constroem descuidadamente condomínios de luxo.
No meio, abrem uma larga avenida.

É claro que nesse local, poderá haver mesmo assaltantes, balas perdidas e outras mazelas.
Mas entre o morro e a praia, há uma imensa faixa de cidade absolutamente calma e pacífica. Entretanto, quando ligamos a TV, vemos no noticiário:

"o Rio é uma cidade extremamente violenta."

Errado.

O Rio tem bolsões de tensão, locais realmente perigosos, casos verídicos de extrema violência, mas em 95% da zona urbana trata-se de uma movimentada mas pacífica região metropolitana, com toda a simpatia e alegria do carioca.
Em São Paulo as pinceladas carregadas da mídia por vezes fazem com que as pessoas que nunca estiveram por aqui, imaginem que qualquer via pública num bairro da zona leste, oeste, norte, sul ou mesmo central é uma terra de ninguém, domínio de bandidos onde não se pode andar em plena luz do dia, sob pena de tombar vítima de uma bala perdida ou ser assaltado na primeira esquina ou até mesmo ser seqüestrado, possibilidade esta que é o pesadelo da moda de todo cidadão classe-média deste País.
Na verdade, a polícia sabe disso e sempre alerta os cidadãos:

os ladrões de qualquer lugar do Brasil chamam a vítima de “otário”.
Essa terminologia é fruto de toda situação onde nos colocamos como ingênuos, incautos ou facilitadores da ação do marginal, possibilitando sobremaneira que ele aja, seja este um simples trombadinha ou um experimentado assaltante de bancos e seqüestrador.

O habitante de uma região metropolitana tem obrigação de saber de cór e salteado todo o procedimento para não facilitar a ação do bandido.
Em qualquer metrópole, se der bobeira e andar com pose de novo-rico, ostentando jóias, relógios caros, carro importado... fatalmente o cidadão em questão será uma vítima em potencial de qualquer malaco que porventura cruzar o seu caminho.
Quanto à chuva, a área da região metropolitana é tão extensa, que com toda certeza, há dias em que teremos simultaneamente em pontos diferenciados dessa enorme região, fenômenos climáticos que caracterizem todas as 4 estações.

Pode ser também que acordemos às 6h da manhã com 16 graus de temperatura ambiente, comecemos a trabalhar às 8h com 21 graus e cheguemos às 2h da tarde com muito sol e 28 graus, mas de repente, o tempo feche, tenhamos quase noite às 4h da tarde e a temperatura caia para 15 graus centígrados ás 5h da tarde, por causa da chuva fria e do vento em pleno mês de Dezembro!

Mas nada disso impede que a mocinha tenha ido tomar o seu banho de sol no Ibirapuera, que o carteiro tenha sempre na bagagem de mão a blusa e o guarda-chuva ou que o morador de rua tenha colocado e tirado o seu “poncho” feito de cobertor barato muitas vezes nesse dia.
Existe um perigoso e vigente conceito sobre notícia, de que se um cachorro morder um homem, isso não é notícia, mas se o homem morder o cachorro, isso é notícia.

Essa pérola, levada às últimas conseqüências, motiva dedicados comunicadores a notarem e destacarem apenas as anomalias da vida de uma metrópole.

Quando o poder público finaliza uma obra, a grande imprensa ignora, porque o Estado tem obrigação de fazer a sua parte.

Quando está tudo em paz, a imprensa prefere partir para receitas de bolo do que fazer o que seria óbvio nesse caso: mostrar que está tudo bem e tentar explicar para a população, o quanto, como e o por quê de tudo estar tão bem assim.


E como, pelo gigantismo da metrópole, sempre acontece um mau exemplo, a tendência é de se explorar por vezes morbidamente os desatinos, os desvarios da Paulicéia.

Quanto ao trânsito, com sete milhões de veículos, teria que ter mesmo essa má fama toda.
Mas o paulistano é muito correto no trânsito.

É mais fácil e seguro dirigir na Capital do que em qualquer cidade do interior paulista.

O único pecado do motorista metropolitano é um certo gosto exagerado pela...digamos... buzina! Há até quem comente que o dia em que as fábricas abolirem a buzina dos carros, as vendas deverão despencar em São Paulo, porque os motoristas daqui a-do-ram esse equipamento automotivo.
Buzinam para avisar o sonolento da frente que o sinal abriu, buzinam para cumprimentar o porteiro do prédio, buzinam porque seu time ganhou, buzinam porque o tráfego estagnou naquela rua, buzinam porque estão chegando, buzinam porque estão saindo, buzinam porque conhecem o motorista que vem em sentido contrário......

Sem esse instrumento praticamente onírico, fatalmente poderá haver até motoristas que se recusarão a retirar o carro da garagem, revoltados com a falta do fon-fon-bip-bip das buzinas paulistanas.

Bem, desculpe a pressa, mas acho que preciso ir.

Fiquei de dar um pulo neste sábado até uma padaria no Jabaquara onde irei me encontrar com meu amigo Dr. Albuquerque.
Dizem que lá tem uma cerveja muito gelada e um pão sovado que é uma delícia.

O pão a gente leva para casa antes de esfriar e a cerveja a gente deve tomar ali, antes mesmo que esquente.

Mas estou sem carro, pedi para alguém me levar e adivinha o que estão fazendo neste momento ali fora, na frente de casa?

Isso mesmo.
Buzinando.


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Go-go Boy se atirando no trabalho.



Uma singela conversa com Deus


Senhor: Te agradeço sempre nos dias felizes, na vitória, no amor, na amizade, na compreensão. Te procuro sempre nas noites escuras, nos dias de medo, na incerteza, no perigo, na tristeza e na derrota. Sei que estás comigo na doença e na saúde. Na dor e no prazer. No desespero e na tranquilidade. No desamparo e na segurança. Na injustiça e na justiça. E isso tudo me trouxe até aqui, nesta existência que até hoje vivi. Sigo porque sei que aqui me colocaste com desígnio inexpugnável da tua Santa vontade. Doravante, rogo que, como Criador e regulador deste mundo, diminuas na face da Terra a inveja, o ódio, a cobiça, a intolerância e toda maldade. Rogo que aumentes a compaixão no peito e na mente das pessoas. Sei também que além de Pai, és o Amigo e Irmão, a todo instante pleno e abundante em meu coração. Amém.

O Pau de Arara



Você é um cidadão que mora longe o suficiente para ter que pegar ônibus diariamente para trabalhar, estudar, passear?

Então peço que force um pouco a memória e me diga:

O coletivo que você tanto pega para lá e para cá tem a traseira muito alta, a ponto de mudarem a entrada para a porta da frente, menos alta, porque muitos idosos estavam se machucando em quedas no embarque ou desembarque lá atrás?

O veículo que você toma todo dia tem o motor na frente, é muito quente e barulhento?

Por um acaso, o ônibus urbano que você usa todo dia tem uma suspensão muito dura e anda pulando, fazendo também um barulhão danado de coisas se soltando dentro dele?

Então, meu caro amigo, sinto muito, mas na verdade você está mesmo é andando de caminhão.

Sim, caminhão, desses feitos para transporte de cargas!

Não se admire, mas há muitas empresas encarroçadoras especializadas em travestir caminhão de ônibus.

É uma maquiagem muito feia, porca, desonesta e por isso mesmo cruel e injusta para com o usuário.

Mas está aí, meu amigo, prá todo mundo ver e infelizmente, usar se for capaz.

Você não sabia que o ônibus verdadeiro não é construído para cargas e sim para transportar pessoas?

Assim, se calcularmos o peso que um coletivo transporta, é apenas uma fração do que o veículo de carga é capaz de levar.

A suspensão do coletivo, portanto, pode e deve ser muito mais macia para dar o devido conforto às pessoas que o utilizam.

E a suspensão do caminhão, muito mais dura, porque ele deve transportar bastante mais peso, mais carga sobre o seu chassi.

Se misturarmos, não dá samba.

Levar carga sobre o chassi de ônibus não dá certo.

Levar passageiro sobre o chassi de caminhão, muito menos.

Então, por que se teima em colocar carroceria de ônibus sobre chassi de caminhão?

Pra você, que paga das mais caras tarifas de transporte coletivo do mundo, peço que acredite: é porque é mais barato.

Na hora de calcular o valor da tarifa, coloca-se em planilhas veículos de alta qualidade, serviço de primeira e aí o preço vai lá em cima.

Depois, colocam na rua caminhões fantasiados de ônibus.

A diferença, vira lucro, num serviço que deveria ter caráter absolutamente social.

E sabe, meu amigo, por quê as autoridades que concedem a particulares esse serviço público e que deveriam fiscalizar essas aberrações, não percebem de jeito nenhum a maldade com o usuário?

Porque nenhuma dessas autoridades anda de coletivo e nem faz idéia do que seja nem o ônibus com chassi de ônibus nem o ônibus com chassi de caminhão, nem o que seja andar diariamente de ônibus porque essas autoridades usam mesmo é o automóvel e fim de papo.

O nosso legado


Este, é o planeta terra.

Ele é a nossa casa.

Como ele, NÃO há nada igual no sistema solar.

Talvez, com sorte, encontremos outro igual no sistema regido pela estrela mais próxima, que fica a 4,5 anos luz daqui.

Mas é bom lembrar que não temos tecnologia suficiente nem para visitarmos coletivamente a lua, que, na velocidade da luz, está apenas um pouco mais que a um segundo de nós.

Assim, se quisermos, por enquanto, é aqui onde teremos que continuar a viver.

Mas para que tenhamos a garantia de que a espécie humana seguirá vivendo aqui, precisamos ser mais atentos e zelosos para com a nossa casa, o planeta Terra.

A continuar como estamos fazendo, sujando descuidadamente o nosso mundo, em breve o planeta se tornará inabitável.

Descuidadamente, a cada dia estamos fazendo de nossa casa, celeremente, um local cada vez mais hostil, cada vez menos habitável.

Desde uma aparentemente inocente ponta de cigarro, passando pelo saco plástico e pelas garrafas pet até as baterias elétricas e resíduos radioativos abandonados na natureza, cada uma dessas ações, é uma agressão que fazemos à nossa própria existência, quando ignoramos o futuro e não agimos de forma digna e correta para com as novas gerações.

A cada minuto, milhões e milhões de toneladas de gás carbônico são jogados na biosfera.

Os cursos dágua ficam imundos com o esgoto doméstico e industrial, em muitos países jogado in natura nos rios, o que elimina a vida neles e no mar.

O lixo que produzimos está invadindo o nosso mundo, de forma crescente e inexorável.

É preciso ter parcimônia na nossa relação com o ecossistema, respeito pela natureza e compaixão pelo nosso semelhante e por nós mesmos.

É preciso parar de tratar a natureza como um grande depósito de lixo e dejetos humanos.

É preciso exigir de si mesmo, dos outros, das autoridades e governos, que tratem todo o esgoto, que limitem e controlem a emissão de poluentes, que ajam com inteligência, dando o devido valor à convivencia pacífica com o nosso planeta, sem agredir e preservando-o;

É certo que nossos filhos e netos não merecem e não querem uma herança maldita.

Torna-se urgentemente necessário tratar o nosso mundo, o nosso planeta, com mais carinho e mais atenção do que dedicamos à nossa família e ao nosso lar.

É chegado o momento de decidir sobre nosso legado aos que virão depois de nós a este mundo.


Podemos deixar um planeta azul, cheio de vida, ou uma desértica e inóspita bola de pedra e areia, com poucos ou talvez nenhum sinal de vida.