quarta-feira, 17 de junho de 2009

le misérable

Temos hoje no mundo, em cada seis pessoas, uma abaixo da linha da miserabilidade absoluta. São mais de um bilhão de seres famintos, esquálidos, fora do mercado de consumo, fora da honra, da dignidade e da propalada Declaração Universal dos Direitos do Homem. São pessoas que têm uma vida de sofrimento, não comem como deveriam, têm a formação mental e corporal atrapalhada pela desnutrição e são muito suscetíveis a todo tipo de doenças, principalmente as oportunistas. Altíssimo índide de analfabetismo, baixíssimo índice de desenvolvimento humano (IDH) alta taxa de mortalidade, baixíssima expectância de vida, sem horizonte ,sem futuro, sem nada. Apesar disso, há uma extensa faixa da população "abonada" e privilegiada pela sorte, que encontra o que fazer e uma rentabilidade por vezes até excelente, que acha que esses um bilhão de zumbís, são vagabundos que não sabem aproveitar oportunidades, como se eles as tivessem, mínimas que fossem. Por isso, fazer redistribuição de renda não é caridade, é justiça social. As pessoas que entendem que alguém precisa trabalhar para prover o proprio sustento, são as mesmas que aprovam ou são indiferentes quando as empresas, a título de aumento de lucratividade, reduzem postos de trabalho em todo o mundo. Há um que de anacronismo no ar, posto que ao mesmo tempo que queremos ver a todos trabalhando, não estamos nem aí quando se reduz a oferta de trabalho, isso não é um problema coletivo, social, mas das empresas. Se elas reduzem ou não o número de vagas de trabalho para aumentar a lucratividade, é a vocação delas. E o problema social resultante? Não, o problema resultante não é delas. É nosso. Esta é uma mazela resultante da má interpretação do que é democracia. Democracia é qualquer coisa, menos isso. Democracia compreende liberdade, sim, mas com responsabilidade! A propósito, recebi um convite da Cris Lopes e repasso aqui.
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