sábado, 19 de junho de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Visible Décadence



Fotos do Orkut (clique na imagem para ampliar)

Eu Finjo, Tu Finges, Ele Finge




(Armando Coelho Neto*)





É fingir ser sério e alguém acredita.

No último beijo, por exemplo, ele fingiu não ser mais um e ela fingiu acreditar.
Ele saiu com sentimento de culpa de que enganou, pois fingiu ser honesto, e ela ficou com a sensação de que o enganou ao fingir acreditar.

Não sei se houve sentimento de culpa por parte dela, mas não lhe custaria nada fingir que sim.

Para ele, melhor crer que foi o melhor homem na cama, que barriga de tanquinho é balela, que outros atributos são dispensáveis.

0 importante é a beleza interior, ainda que ninguém veja.

Eu também finjo que creio ou descreio nisso tudo, mas tenho de fingir que não finjo.

Sigo um caminho não escolhido, tão falso quanto uma nota de trinta reais.

Não abri o caminho, mas algum falso com discurso fingidamente sério mentiu tão bem que conseguiu sacramentar que a trilha que seguimos nos leva ou levaria a algum ponto importante.
Eis o caminho.

Tudo nele está falsamente pronto e acabado, com receita para tudo, desde a forma de sentar à mesa a como pegar o talher, do mastigar ao engolir.

Assim definido, as pessoas fingem sentir-se à vontade, e até tentam segurar o garfo com a mão esquerda.

Não custa elogiar a comida de que não gostei e, para quem a fez, não custa nada acreditar que fez sucesso.

Está tudo resolvido, inclusive as paixões mal resolvidas, como diz um amigo.

Assim, já se sabe quem tem o direito de ter bomba atômica e quem não tem; quem tem bomba para fins pacífico e quem não tem.

Alguém tem dúvida quanto à pureza de espírito, no discurso messiânico de quem tem bomba para proteger o planeta?
Divirto-me com a farsa.

Finjo que sou ou que existe autoridade e você finge que respeita. Professor finge que ensina, aluno finge que aprende. Está mantida a imagem do cidadão de bem.

Finjo que não vejo a placa de trânsito que me recomenda 80 km por hora, da mesma forma que finjo não saber que é minha obrigação estar atento a ela.
Mas, lá na frente, há uma câmara que finge não estar lá e me flagra. Queixo-me, pois, à Justiça.

Afinal, não fora eu informado de que a câmara existia.

Convenço o juiz, que acolhe meu pedido, pois ele também gostaria de ignorar a placa e depois ser avisado sobre a câmara.

Eu só não posso passar a mais de oitenta embaixo da câmara.

Posso, portanto, brincar de Senna, Rubinho ou Alonso.

Da mesma forma que Fernando Alonso pode ganhar a corrida na farsa, basta combinar uma batida para atrapalhar o concorrente.

Mutretas, mutretas, pontualmente tratadas como se fossem únicas.

Mas a Fórmula 1 finge que foi a primeira vez, finge que pune, que redimiu a imagem do esporte, o sacramental esporte, como o dopping nas Olimpíadas.

Em cadeia nacional de televisão, um juiz para jogadores por conta de um suposto impedimento, o adversário faz o gol, ele valida, o time segue em frente.

Ele finge que não viu, fingimos que aceitamos súmulas e comentaristas eufóricos que discorrem sobre a necessidade de seriedade, como se eles fossem sérios.

Mas logo se perdem com um gol de mão protagonizado por um francês que com isso garante a ida de seu país à Copa de 2014.

Penso que Maradona fez o mesmo, que o Peru abriu as pernas para dar a Copa aos argentinos em 78, que o jogador Paulo Rossi saiu da cadeia (problemas com o Imposto de Renda) para tirar o Brasil da Copa, mas, na seguinte, ele perde um pênalti e se redime.

Penso que Ronaldo, o fenômeno, nunca mais teve outra convulsão daquela que nos tirou da Copa e que o jogador Roberto Carlos nunca mais arrumou a meia na hora de um lançamento na área.
Finjo que foi acaso, que foi único.

Finjo.

Eu finjo, tu finges, ele finge.

Tão frugal quanto a farsa de um voto supostamente democrático.
Finjo acreditar que eleição eletrônica é honesta, mesmo sabendo que programas da NASA, da Casa Branca (EUA), de ltaipu são vulneráveis e já foram violados.

Tudo é torpe e imoral, baseado em regras compradas tão escroquemente produzidas como uma lei ou uma salsicha na periferia.
Finjo não saber que o voto é comprado, que políticos supostamente honestos se elegem com dinheiro que eles não sabem de onde vem e de repente aparecem entre meias e cuecas.

Portanto, leitores, finjam que leram este texto, finjam que gostaram.

Finja não saber que por trás do oh, oh, oh do Papai Noel ninguém está de olho no seu décimo terceiro salário.
Mas não finja para si mesmo nem na hora de dizer Feliz Natal!


(*)Armando Coelho Neto é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, jornalismo pela USP e atualmente delegado da Polícia Federal.

(fonte: Revista Artigo 5o. 11a. Edição Novembro/Dezembro2009 Pág. 66)


Flagrantes da cidade:


Veja onde está o leitor de código de barras. Primeiro, os supermercados fazem um lobby para eliminar a exigência do preço no produto e conseguem. Depois, não se sentem na obrigação de colocar preço em todos os expositores, que ninguém é de ferro. Aí, colocam o leitor de código de barras que é para o freguês não ficar enchendo o saco perguntando o preço dos produtos. E de repente, vc encontra um carrinho de carga bem na frente do leitor. E vc olha em volta e não vê encarregado, gerente de seção, gerente geral, nada. Ninguém. Tá todo mundo ocupado fazendo não sei o que não sei onde. Imagina, ter que ficar no salão da loja! E depois, é uma das maiores redes de hipermercados do país. Aí, falam que o Brasil é uma enorme teta e ninguém concorda. Mas olha aí... Nem precisa trabalhar, cadê o povo? Cadê o serviço?

Essa foto foi tirada sem a permissão do supermercado, na loja EXTRA da Avenida Ricardo Jafet. Agora só falta, além de ser mal atendido, ser processado por causa da foto. Não duvido nada.

O Homem de Letras


Quadro Estranho


Efeito Borboleta (clique na imagem para ampliar)


sábado, 30 de janeiro de 2010

A Invasão

O homem branco expulsou o índio. Agora, quer expulsar a natureza.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Silêncio dos Inocentes

Há um nítido mau-caratismo na maneira com que as pessoas interpretam as coisas.

Já bem disse Millôr Fernandes, "Democracia é quando eu mando e Ditadura, é quando você manda".

Esse cinismo é visível em São Paulo, com a atualização da planta genérica de valores do Município.

As pessoas admitem que seus imóveis valorizaram, mas não admitem que haja um reajuste no valor cobrado no IPTU, de acordo com a valorização.

Ou seja, para essas pessoas, o seu imóvel pode e deve valorizar, mas o imposto deve ser cobrado de acordo com o rendimento da família.

Assim, o IPTU tem que variar de acordo com a renda do proprietário, não com a valorização do imóvel.

Além do mais, se o imóvel valorizou 300 por cento, só será aplicada uma atualização de 30 por cento.

Desta maneira, 270 por cento, ficam por conta do abreu. Um mega-perdão.




A maioria de quem reclama, diz: '-Se a renda não aumentar, o IPTU não pode aumentar também.'

Neste ponto, a valorização do imóvel, por grande que seja, não conta.

E o tal do IPTU, que é uma taxa fixa e inalterada de um por cento sobre o valor venal do imóvel, cujo reajuste não é na taxa, nem no percentual, mas proporcional à valorização, passa a ser chamado por todos: imprensa, justiça, classe média e classe "A" de aumento.

Aliás, quem tem essa ótica marota, é exatamente quem tem imóveis supervalorizados pela natural melhoria no ambiente urbano onde eles se situam.

Como se isso não bastasse, tem essa brincadeira de 'valor venal' , que é simplesmente um valor fictício, para ser colocado na escritura do imóvel, bem abaixo do valor de mercado, visando pagar menos impostos. Se isso não for cinismo, não sei mais o que é.

Enquanto isso, a imensa maioria de mais de um milhão de proprietários que estavam ou passaram para a faixa de isenção de IPTU, fazem um silêncio pétreo. Não abrem a boca nem para agradecer. Esse, é o famoso 'mondo cane'.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Receita não ortodoxa para adquirir anticorpos

Na volta do dentista hoje, estava no metrô quando notei que uma garota dos seus cinco ou seis anos, enquanto a mãe conversava animadamente olhando para o outro lado, abocanhava o corrimão do vagão, como se chupasse um sorvete de baunilha. Preocupado, porque corrimão de metrô é igual pia de água benta na igreja, ou seja, todo mundo mete a mão - fiz sinal para ela tirar a boquinha dali. A princípio, ela atendeu. Mas de repente, voltou a colocar. A mãe, continuava na conversa animada e nem dava bola para a menina. (aliás, é assim que acontecem as mais incríveis tragédias com crianças) De novo, fiz sinal, com cara de bravo para ela tirar a boca dali. Ela me olhou desafiadora. Realmente tirou a boca daquele metal cromado seboso. Mas para meu espanto e indignação, ela olhava para mim, passava a mão no corrimão, colocava a língua para fora e passava a mão na língua, sob meu protesto, meus gestos desesperados para que ela não fizesse aquilo. E a mãe, numa conversa animadísssima, olhando para o outro lado. Em poucos minutos, o trem passou por mais estações, lotou e eu não vi mais a garotinha. Dessa maneira, pude refletir sobre o que acontecera. Aquela menina nem fazia idéia da imundície que era aquilo em que ela punha a boca, portanto, não sentia nojo. Em não sabendo exatamente porque eu gesticulava freneticamente para ela não fazer aquilo, indignou-se com a minha interferência. Ora, um tiozinho estranho mandando em mim! deve ter pensado ela. Já chega todo mundo lá em casa mandando em mim! E desaforentamente, passava a mão no cromado ensebado do corrimão e lambia de maneira generosa, com cara de prazer. É claro que a mão deveria estar com um gosto esquisito, o prazer era de me contrariar, não há dúvida. As vezes, dá para comparar o gesto da menina, com as reações de pessoas adultas quando instadas a colaborar com algo com o que não estão colaborando. Aí é que desandam mesmo, aí é que lambem a mão. As reações humanas são, por vezes, bem mais comuns do que posssamos imaginar. Eu tenho uma prima que aos 7 ou 8 anos, adorava comer sabonete. Outro dia, numa lanchonete da Praça da Árvore, um menino de seus 4 ou 5 anos comia grandes nacos de meleca do nariz, já verde e aparentemente dura, saindo por fora do narizinho. Talvez na minha infância eu também tenha tido a minha parcela de porcalhão. E não adianta fazer como eu fiz com a garotinha. Ela reagiu tentando me contrariar. Na verdade, segundo o pediatra de meus filhos me disse uma vez, certas coisas das crianças que chocam os adultos, são ótimas para desenvolver anticorpos. Amém, doutor.
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Sindrome de Cassandra

Cassandra era filha de Príamo, Rei de Tróia. Uma mulher cuja beleza impressionou o deus Apolo, que a pediu em casamento. Como dote, a donzela recebeu o dom da premonição. Na véspera, Cassandra arrependeu-se e não quis mais casar. Apolo, irado, percebeu que 'palavra de rei não volta atrás' e não podia cancelar o dote presenteado. Cassandra ficaria com o dom para sempre. Ardiloso, Apolo manteve realmente o dom, mas colocou uma condição: a de que ninguém iria acreditar em suas previsões. Assim foi com a invasão e derrota de Tróia. Ela implorou a Príamo para que não aceitasse o presente do cavalo de madeira proveniente dos gregos. Tudo o que ela previu na vida, teve o descrédito dos interessados, para seu desespero. Estava consumada a vingança de Apolo.
Pois é. Quando alguém avisa sobre algum acontecimento ruim que possa ocorrer, ninguém dá a menor confiança e ele acontece mesmo, dizemos que foi um caso da "sindrome de Cassandra".

Os geólogos avisaram reiteradas vezes de que o Haiti poderia ser vítima, como foi, de uma tragédia, mas ninguém deu a menor importância, ninguém se preparou.

Outro local com as mesmas características geológicas (estar ao lado de outra fenda tectônica, a de San Andreas) é o estado norteamericano da Califórnia.

sábado, 16 de janeiro de 2010

O Sapo e o Escorpião

O sapo se preparava para atravessar o rio. Exímio nadador, faria seu trajeto num minuto, apesar da largura do grande curso dágua. Nisso, se aproxima o escorpião, o pior nadador de todos os tempos e pede ajuda.
- Compadre sapo, será que me daria uma carona para a travessia do rio?
O sapo respondeu, desconfiado:
- Mas, compadre escorpião, vc pode me picar. Não dou carona não!
O escorpião, labioso, ponderou:
- Ah, compadre sapo, se eu fizer isso, morreremos os dois e eu quero ficar bem vivo.
Compreendendo a lógica do compadre, o sapo aceitou o pedido e lá foram eles pelo rio caudaloso e largo.
Bem no meio da travessia, o escorpião crava uma ferroada nas costas do sapo.
Já totalmente paralisado pelo veneno e afundando nas águas turvas do rio, o sapo pergunta:
- Por que você fez isso, compadre? Agora vamos morrer os dois.
Ao que o escorpião, consternado, responde:
- Sinto muito, compadre sapo. Mas é de minha natureza!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Nem tudo está perdido

Taxista de NY devolve US$ 21 mil a passageira italiana
AE-AP - Agencia Estado

NOVA YORK - Um motorista de táxi de Nova York devolveu US$ 21 mil perdidos por uma passageira italiana. Felicia Lettieri, de 72 anos, esqueceu sua carteira no carro em Manhattan, na véspera do Natal. Ali estava o dinheiro para a viagem dela e de seis parentes.

Enquanto o dinheiro estava perdido, a polícia incentivou a italiana a não perder as esperanças. Enquanto isso, o motorista Mukul Asaduzzaman dirigiu cerca de 80 quilômetros até Long Island, em um endereço que encontrou na carteira de Felicia. Como ninguém estava em casa, ele deixou seu número de telefone e mais tarde voltou com o dinheiro.

A filha da passageira, Maria Rosaria Falonga, declarou ao jornal "Newsday", de Pompeia, na Itália, que o motorista ainda deixou um bilhete, dizendo: "Não se preocupe, Felicia. Vou mantê-lo em segurança". Asaduzzaman devolveu a quantia e ainda recusou uma recompensa.

Os cegos e o elefante

Certo dia, um príncipe indiano mandou chamar um grupo de cegos de nascença e os reuniu no pátio do palácio.

Ao mesmo tempo, mandou trazer um elefante e o colocou diante do grupo.

Em seguida, conduzindo-os pela mão, foi levando os cegos até o elefante para que o apalpassem.

Um apalpava a barriga, outro a cauda, outro a orelha, outro a tromba, outro uma das pernas.

Quando todos os cegos tinham apalpado o paquiderme, o príncipe ordenou que cada um explicasse aos outros como era o elefante.
Então, o que tinha apalpado a barriga, disse que o elefante era como uma enorme panela.

O que tinha apalpado a cauda até os pelos da extremidade discordou e disse que o elefante se parecia mais com uma vassoura.

"Nada disso ", interrompeu o que tinha apalpado a orelha. "Se alguma coisa se parece é com um grande leque aberto".

O que apalpara a tromba deu uma risada e interferiu: "Vocês estão por fora.

O elefante tem a forma, as ondulações e a flexibilidade de uma mangueira de água...".

"Essa não", replicou o que apalpara a perna, "ele é redondo como uma grande mangueira, mas não tem nada de ondulações nem de flexibilidade, é rígido como um poste...".

Os cegos se envolveram numa discussão sem fim, cada um querendo provar que os outros estavam errados, e que o certo era o que ele dizia.
Evidentemente cada um se apoiava na sua própria experiência e não conseguia entender como os demais podiam afirmar o que afirmavam.
O príncipe deixou-os falar para ver se chegavam a um acordo, mas quando percebeu que eram incapazes de aceitar que os outros podiam ter tido outras experiências, ordenou que se calassem.
"O elefante é tudo isso que vocês falaram.", explicou.
"Tudo isso que cada um de vocês percebeu é só uma parte do elefante.
Não devem negar o que os outros perceberam.
Deveriam juntar as experiência de todos e tentar imaginar como a parte que cada um apalpou se une com as outras para formar esse todo que é o elefante."


Algumas conclusões sobre essa história...


A experiência das coisas que cada homem pode ter é sempre limitada. Por isso, a sensatez obriga a levar em conta também as experiências dos outros para se chegar a uma síntese.

A pessoa, o ser humano, apresenta muitas facetas. Existe o risco de polarizar a atenção em algumas delas, ignorando o resto. Fazendo isso, estaríamos repetindo os cegos da parábola. Cada um ficaria com uma visão unilateral e parcial.

Para obtermos uma visão o mais integral possível do que é uma pessoa, devemos reunir, numa unidade, os numerosos aspectos que podem ser observados no ser humano.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Penas ao vento


Em uma pequena cidade, um homem, arrependido por ter falado mal de um conhecido, foi até a casa de sua vítima, para apresentar o seu pedido de desculpas, manifestar o quanto injusto ele tinha sido e dizer do seu arrependimento.


O ofendido atendeu-o civilizadamente, aceitou suas desculpas, mas ao ser perguntado se havia alguma coisa que seu detrator arrependido pudesse fazer para se redimir aquele grave erro, além de pedir desculpas, ele fez uma pausa, colocou a mão no ombro do homem e disse calmamente:


- Só quero que você realize uma tarefa. Vai pegar um travesseiro de penas, levá-lo até o ponto mais alto da cidade. Em lá chegando, você deverá rasgar o travesseiro, soltando todas as penas ao vento, sem deixar nenhuma para trás.


O homem não entendeu o motivo do pedido, mas como tinha sinceridade em seu arrependimento, nada questionou, executando fielmente o que lhe fora determinado.


Retornando, ao comunicar a realização plena da tarefa, o ofendido observou:


- Há mais uma coisa que quero que vc faça agora.


- Sim, respondeu o outro. Faço qualquer coisa para compensar o meu erro.


Ao que o bom homem lhe pediu:


- Agora você volta e recolhe todas as penas,sem deixar uma só para trás.


- Impossível! Bradou o arrependido. Não tem como fazer isso!


- Pois é, ponderou o seu interlocutor. Assim também são as calúnias. Depois que as proferimos, inútil tentar desmenti-las, pois são como penas ao vento: irrecuperáveis.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Nunca desista. Lute!

Politicômetro


O Carvalho e o Junco


Próximo de um campo de milho havia um grande carvalho, era uma planta magnífica.

Tinha um grande tronco robusto e maciço, uma espessa folhagem muito verde que se via à distância.

Perto do carvalho, crescia um junco alto e fino, com as longas folhas em forma de lança, de uma pálida cor verde-prateada.

Um dia, o carvalho, majestoso, dirigiu a palavra ao junco:
"- Eu morro de pena de você, coitadinho, o destino não lhe foi generoso, não é? É tão fraquinho, que não pode aguentar nem o peso de um passarinho, e o mínimo de sopro de vento o faz abaixar até o chão.

Olhe para mim: nos meus galhos, ao contrário, há ninhos em quantidade e alegres cantos de pássaros cruzam-se ao meu redor, do amanhecer ao pôr-do-sol. O mais forte temporal nunca me tirou do lugar."

O junco escutava, atento "- Se pelo menos - retomou o carvalho - você tivesse nascido e crescido ao meu lado! Eu o teria abrigado e protegido. Mas você esta aí, ao sabor das intempéries!"

"- As suas palavras são ditadas pelo bom coração e eu lhe agradeço, grande carvalho - rebateu imediatamente o junco -. Mas o meu destino não é assim tão amargo como você fala. O vento maltrata-me, mas não me consegue quebrar e, assim que ele vai embora, eu levanto a cabeça de novo."

"- Bobagens!" - resmungou o carvalho. E sacudiu a grande folhagem verde, aborrecido por ter sido contrariado por aquela plantinha insignificante.

Dali a pouco o céu começou a cobrir-se de nuvens ameaçadoras, ficou escuro como a noite e irrompeu a mais assustadora tempestade que se possa imaginar, com rajadas de vento violentíssimas.


Atingido em cheio por aquela fúria descontrolada, o grande carvalho caiu no chão com um estrondo, a sua folhagem verde foi arrastada para longe e espalhou-se, as raízes foram arrancadas da terra.

Levado pelas águas, o Carvalho cruza-se com alguns Juncos, e em tom de lamento exclama:

"- Gostava de ser como vocês, que de tão esguios e frágeis, não são de modo algum afetados por estes fortes ventos."

E os juncos responderam:
"- Você lutou e competiu com o vento, por isso mesmo foi destruído. Nós, ao contrário, nos curvamos, mesmo diante do mais leve sopro da brisa, e por esta razão permanecemos inteiros e a salvo. "

Presença de Espírito


Um homem entrou numa agência bancária, dirigiu-se ao caixa e disse à moça:

- Eu quero abrir uma porra de uma conta nessa merda desse banco.

A moça do caixa, totalmente atônita, respondeu:

- O senhor me perdoe, mas eu acho que não entendi direito.

O que o senhor disse? Poderia repetir, por favor?

- Vê se ouve dessa vez, cacete! Eu disse que quero abrir uma porra de uma conta nessa merda de banco !

Ela pediu licença e dirigiu-se ao gerente, para informá-lo da situação francamente desagradável.

Ele concordou que ela não era obrigada a ouvir palavreado tão chulo.

O gerente se dirigiu, junto com ela, ao caixa e falou:

- Senhor, o que está ocorrendo? Algum problema?

- Não tem merda de problema nenhum, porra! Eu acabei de ganhar R$ 58 milhões na mega-sena e quero abrir uma porra de uma conta nessa merda de banco!

e o gerente:

- Sei, sei, entendo.... e essa vagabunda está lhe dificultando...???!!!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A Caipirinha de Vodka


- Amor, vamos fazer uma coisa diferente neste sábado? Tá tão parado, tá tudo tão igual...
- Fazer o quê, meu bem?
- Ah, sei lá...
- Tem alguma sugestão? A idéia é sua, sugira aí!
- Já sei! O Pedro Paulo disse que foi com a Soraya num motel lindão lá perto da saída para Moji-Mirim.
- E daí?
- Sabe, eu gostaria de conhecer.
- Bem, vamos. Fiquei curiosa agora.
O casal de pombinhos pega o carro e sai para mais uma aventura.
Já no destino, nenhuma surpresa: uma fila de uns 30 carros, entrando pelo motel, dando a volta completa pelo pátio interno. Sábado é o dia nacional do sexo. Depois de meia hora na fila, a fila andando, o carro fica cara-a-cara com a copa do estabelecimento.
- Amorzinho, vamos esticar as pernas. Desce um pouco. tem sorvete ali, quer?
- Quero sim, tem de massa?
- Vai escolhendo aí que eu vou pedir uma bebidinha que ninguém é de ferro aqui na boqueta da cozinha. Vc bebe alguma coisa?
- Paixão, eu quero um suco de laranja sem açúcar e com bastante gelo.
- A senhora ouviu o pedido dela, né? Agora para mim eu quero uma caipirinha de vodka...
Nisso a voz de uma mulher lá de dentro da cozinha interrompe gritando:
- Já sei, com bastante açúcar do jeito que o senhor gosta!

Elegância

As pessoas geralmente se preocupam com a aparência física e se esmeram para mostrar certa elegância, de acordo com suas possibilidades.

Isso é natural do ser humano.

Tanto que muitos buscam escolas que ensinam boas maneiras.

No entanto, existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.


É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.


É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.


É uma elegância desobrigada.


É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.


Nas pessoas que escutam mais do que falam.


E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.


É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.


Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.


É possível detectá-la em pessoas pontuais.


Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.


Oferecer flores é sempre elegante.


É elegante não ficar espaçoso demais.


É elegante, você fazer algo por alguém , e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer...


É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.


É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.


É elegante retribuir carinho e solidariedade.


" É elegante o silêncio, diante de uma rejeição... "


Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do Gesto.


Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.


É elegante a gentileza,.atitudes gentis falam mais que mil imagens...


...Abrir a porta para alguém...é muito elegante (Será q ainda existem homens assim?)... .


..Dar o lugar para alguém sentar...é muito elegante...


...Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...


...Oferecer ajuda...é muito elegante... .


..Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante...


Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.


A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social:


é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".


Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la.


Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.




(texto creditado a Martha Medeiros)


Sentença do Juiz Rafael Gonçalves de Paula


nos autos nº 124/03 - 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas/TO:

Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, que foram detidos em virtude do suposto furto de duas (2) melancias. Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão.
Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional).
Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém. Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário.
Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia. Poderia dizer que George Bush joga bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo?
Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade. Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir. Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo.

Expeçam-se os alvarás. Intimem-se.

Rafael Gonçalves de Paula
Juiz de Direito

O Shampoo


Por vezes, agendas externas coincidentes, assumidas por meus colegas, esvaziam o escritório. E eu ocasionalmente, atendo a uma ou outra demanda.

Recebemos muitas visitas de pessoas com toda sorte de problema.

Mas teve um, dias atrás, que não sei o que mais fez comigo: se me desconcertou ou se me aliviou.

Ocorre que as pessoas, quanto mais grave é o problema, mais rodeios fazem para chegar ao ponto.

O rapaz entrou, identificou-se, alegou estar albergado num local público, me mostrou o crachá com foto e outros documentos, enquanto falava.

Logo no começo, ele perguntou se eu era católico, religioso. Respondi, é claro, afirmativamente, explicando que apesar de não ser católico, eu era cristão e acreditava em Deus. Ele respirou aliviado.

Então, foi desfiando o seu drama. "Estou fazendo um curso profissionalizante. Não me falta comida, apenas tenho dificuldade de me tansportar pela cidade, mas posso tomar banho, comer e dormir no albergue."

De fato, o rapaz, aparentando uns 28 ou 30 anos, era forte e corado, barba feita, cabelos penteados, roupa simples, mas impecável. Não aparentava passar por dificuldades.

"O curso é de pedreiro e assim que terminar, vou imediatamente começar a trabalhar numa empresa que tem parceria com a Prefeitura." explicou ele.

O rapaz prosseguiu.

"-Eu percebo que o senhor é uma pessoa boa e se quiser se negar em atender o meu pedido, não tem problema nenhum, eu vou compreender."

A minha curiosidade foi aumentando proporcionalmente aos indícios que o rapaz me passava de que não havia absolutamente nada de errado com ele. Entretanto, as aparências por vezes enganam. Eu esperava, ansiosamente pelo desfecho. Afinal, qual seria o problema dele? Teria uma doença maligna? Câncer? Seria um HIV soropositivo em fase final de vida? Teria um parente, uma mãe, um irmão, sei lá quem, muito doente no leito de morte e precisando de ajuda? O que seria?

Ele relutou muito em fazer o pedido. Olhava para os lados com medo de que alguém mais ouvisse a conversa. E finalmente falou a que veio.

Realmente, respirei aliviado. Não sei bem ao certo, mas creio que até fiquei meio alegrinho com o que ele me falou com muito temor de que eu ficasse, na verdade, muito bravo com ele.

Desci com ele até a farmácia na avenida e atendi com prazer ao pedido do rapaz. Afinal, ele estava sem nenhum dinheiro e queria apenas que eu lhe comprasse um vidro de shampoo.



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Morte e vida de jornalista

Morre o jornalista Rubens Marujo       

04 de janeiro de 2010

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo lamenta informar o falecimento do companheiro Rubens Ferreira Marujo, de 58 anos, ocorrido no dia 1º, por enfisema pulmonar e insuficiência renal, na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Marujo trabalhou em publicações como Diário Popular, Diário do Comércio, Jornalistas&Cia, entre outros. Realizou para o Sindicato dos Jornalistas, como colaborador, um caderno especial sobre os 30 anos da greve de 1979.

Rubens Marujo enfrentou os percalços de jornalistas que, ao perder o emprego, empobreceu a ponto de viver um período como morador de rua. Corajoso, fez o relato desta experiência, que transcrevemos abaixo, publicada na revista do Brasil. Com muita garra, conseguiu retornar ao mercado de trabalho, mas já com a saúde comprometida.

 
“Entrar num albergue é fácil. Sair é o problema”


Morei no Albergue São Francisco, esquina da rua Santo Amaro com o viaduto Jacareí, bem em frente à Câmara Municipal de São Paulo.

Antes, chamava-se Cirineu e era administrado por uma ONG de quinta categoria, com verba da prefeitura.

Quebrado, sem dinheiro, não conseguia arrumar emprego e fui parar lá.

Éramos mais de 400 pessoas amontoadas num imenso porão-dormitório sujo.

Um depósito de seres humanos, com um cheiro insuportável.

Senhores com mais de 80 anos misturavam-se a jovens alcoólatras, drogados, crianças, mulheres, pessoas com deficiência, tuberculose, aids, alguns ex-presidiários, outros em condicional, nenhum tipo de assistência.

Aquilo se assemelhava a um campo de concentração nazista.

Durante dez anos o albergue funcionou ali – foi desativado por força de um abaixo-assinado de vizinhos.

O “dum-dum” dos veículos ao passar pelas emendas do viaduto martelava nossos ouvidos.

Com raríssimas exceções, os monitores, contratados pela igreja e sem qualificação profissional, nos humilhavam, deixando-nos na fila, debaixo de chuva e frio, à espera da hora de entrar.

Entrava-se após as 17h30 e acordava-se às 5 horas.

Até as 7, todos tinham de ir para a rua, inclusive aos domingos e feriados, fizesse sol ou chuva.

As assistentes sociais explicavam que eram ordens da prefeitura.

Alguns idosos não conseguiam fazer suas necessidades no banheiro.

Sujavam a roupa, a cama, o chão.

Não havia fralda geriátrica.

Para conseguir almoçar era preciso esperar até três horas.

Um papel colado na parede interna do dormitório indicava a dedetização vencida.

Os dormitórios ficavam infestados de baratas e outros insetos, principalmente muquiranas, espécie de piolho que dá no corpo de quem não toma banho, produzindo uma coceira infernal.

Suportávamos as humilhações com medo de represálias: ser cortado e ir para a rua.

Eram filas para entrar, para pegar alguma roupa no bagageiro, para tomar banho (quando os chuveiros funcionavam) e para jantar.

Não adiantava muito tomar banho, porque éramos obrigados a vestir a mesma roupa, que cheirava mal.

Às 5 da manhã, no auge do sono, as luzes do amplo dormitório eram acesas.

Lavava o rosto, escovava os dentes e ia tomar café.

Ficava observando o movimento de homens sujos e maltrapilhos, que geralmente não falavam coisa com coisa.

Muitos usavam muletas ou bengalas, com a perna ou os braços engessados.

Não era difícil adivinhar o motivo: embriaguez seguida de atropelamento.

Pouco antes das 7 horas estava na rua.

Passava na banca mais próxima para ler as manchetes.

Eu era um maloqueiro bem informado.

Quando ainda estava com sono, pegava um ônibus que fazia um roteiro bem longo.

Não foram poucas as vezes em que acordei com o cobrador gritando: “Ponto final, Terminal Santo Amaro. Queira descer, por favor!”

Descia, subia a escada do terminal e pegava o ônibus de volta.

Graças aos meus cabelos brancos eu não pagava passagem.

Duas horas para ir e duas para voltar: quatro a menos na rua.

Aí tentava almoçar.

Depois voltava para a rua.

Tinha de enfrentar a realidade.

O corpo dolorido.

Andava desconjuntado de tanto sentar em superfícies duras.

Quanta saudade de um sofá.

Sentava em um degrau de uma porta qualquer e ficava pensando na vida, no meu passado.

Com tênis furado, calça larga e camiseta suja, me sentia um espantalho.

Numa tarde fazia muito calor.

Entrei num bar e sentei num banquinho.

Pedi um copo de água da torneira e o funcionário respondeu: “Aqui, meu senhor, água da torneira se toma em pé e do outro lado do balcão”.

Sentia uma vontade louca de tomar um cafezinho.

Andava olhando para o chão na esperança de encontrar dinheiro.

Entrar num albergue é fácil.

Sair é o problema.

 Tem gente há mais de dez anos nessa vida.

Um dia mandei um e-mail (no centro velho da cidade existem alguns lugares em que se pode acessar a internet) desesperado para um jornalista amigo meu.

Ele sempre me ajudava e pedia para que não perdesse a esperança.

Mas eu estava mal, com princípio de pneumonia, cansado e com a autoestima lá embaixo.

Sem forças.

Eu não acreditava em mais nada e pensava até em abreviar a vida.

Ele repassou o e-mail para outros jornalistas, que no final das contas acabaram me socorrendo com algum dinheiro e algumas roupas e pediram para eu sair de lá.

Providenciaram trabalho, ajuda psicológica, e eu me reintegrei à sociedade.

Mas sou uma exceção.

Comigo aconteceu o que chamo de milagre.



(fonte: www.sjsp.org.br)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Macete


Se você estiver presa(o) num congestionamento e tiver certeza de que não vai conseguir sair dele a tempo de evitar o horário do rodízio, ligue para 156, identifique-se, dê a placa do seu carro, o local onde está e informe o operador da sua dificuldade. Ele irá anotar (e gravar) os dados e lhe passará um número de protocolo. Anote-o. Se você receber uma multa por ter infringido a lei do rodízio naquele dia, faça uma defesa e mencione o número do tal protocolo. A multa será cancelada!

(quem me repassou isso jura que funciona)

"A Justiça brasileira tem de ser reinventada", diz o Ministro do Supremo Joaquim Barbosa.


“O Judiciário tem uma parcela grande de responsabilidade pelo aumento das práticas de corrupção em nosso país”, na opinião do ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.

Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro afirma que a impunidade no Brasil é planejada e que as instituições criadas para combatê-la, na prática, são organizadas de uma forma que as tornam impotentes.

Segundo o ministro, a Polícia e o Ministério Público, apesar dos erros cometidos e de suas deficiências, cumprem o seu papel.

Já no Judiciário, afirma com acidez o integrante do STF, “a falta de transparência na tomada de decisões” e “as interpretações lenientes e muitas vezes cúmplices para com os atos de corrupção” criam a sensação generalizada de impunidade no país.

Para finalizar as críticas feitas à instituição da qual é integrante, Joaquim Barbosa afirma que o Judiciário precisa ser reinventado “para ser minimamente eficaz”. A entrevista foi concedida à jornalista Carolina Brígido.

Leia a entrevista concedida ao jornal O Globo:

Por que aparecem a cada dia mais escândalos envolvendo políticos? A corrupção aumentou ou as investigações estão mais eficientes?

Joaquim Barbosa —
Há sim mais investigação, mais transparência na revelação dos atos de corrupção. Hoje é muito difícil que atos de corrupção permaneçam escondidos.

O senhor é descrente da política? 

Joaquim Barbosa —
Tal como é praticada no Brasil, sim. Porque a impunidade é hoje problema crucial do país. A impunidade no Brasil é planejada, é deliberada. As instituições concebidas para combatê-la são organizadas de forma que elas sejam impotentes, incapazes na prática de ter uma ação eficaz.


A quais instituições o senhor se refere? 

Joaquim Barbosa —
Falo especialmente dos órgãos cuja ação seria mais competente em termos de combate à corrupção, especialmente do Judiciário. A Polícia e o Ministério Público, não obstante as suas manifestas deficiências e os seus erros e defeitos pontuais, cumprem razoavelmente o seu papel. Porém, o Poder Judiciário tem uma parcela grande de responsabilidade pelo aumento das práticas de corrupção em nosso país. A generalizada sensação de impunidade verificada hoje no Brasil decorre em grande parte de fatores estruturais, mas é também reforçada pela atuação do Poder Judiciário, das suas práticas arcaicas, das suas interpretações lenientes e muitas vezes cúmplices para com os atos de corrupção e, sobretudo, com a sua falta de transparência no processo de tomada de decisões. Para ser minimamente eficaz, o Poder Judiciário brasileiro precisaria ser reinventado.


Qual a opinião do senhor sobre os movimentos sociais no Brasil?

Joaquim Barbosa —
Temos um problema cultural sério: a passividade com que a sociedade assiste a práticas chocantes de corrupção. Há tendência a carnavalizar e banalizar práticas que deveriam provocar reação furiosa na população. Infelizmente, no Brasil, às vezes, assistimos à trivialização dessas práticas através de brincadeiras, chacotas, piadas. Tudo isso vem confortar a situação dos corruptos. Basta comparar a reação da sociedade brasileira em relação a certas práticas políticas com a reação em outros países da America Latina. É muito diferente.

Como deviam protestar? 

Joaquim Barbosa —
Elas deviam externar mais sua indignação.

É comum vermos protestos de estudantes diante de escândalos.

Joaquim Barbosa —
O papel dos estudantes é muito importante. Mas, paradoxalmente, quando essa indignação vem apenas de estudantes, há uma tendência generalizada de minimizar a importância dessas manifestações.

A elite pensante do país deveria se engajar mais? 

Joaquim Barbosa —
Sim. Ela deveria abandonar a clivagem ideológica e partidária que guia suas manifestações.

O próximo ano é de eleições. Que conselho daria ao eleitor?

Joaquim Barbosa —
Que pense bem, que examine o currículo, o passado, as ações das pessoas em quem vão votar.

Quando o senhor vota, sente dificuldade de escolher candidatos?

Joaquim Barbosa —
Em alguns casos, tenho dificuldade. Sou eleitor no Rio de Janeiro. Para deputado federal, não tenho dificuldade, voto há muito tempo no mesmo candidato. Para governador, para prefeito, me sinto às vezes numa saia justa. O leque dos candidatos que se apresenta não preenche os requisitos necessários, na minha opinião. Não raro isso me acontece. Não falo sobre a eleição do ano que vem, porque ainda não conheço os candidatos.

(fonte: Conjur)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Boris Casoy - o Falastrão Redimido

Errar é humano e perdoar é divino.

Boris errou, reconheceu o erro e pediu desculpas no ar.

Imagino o quão difícil foi para ele, porque tem um ego enorme e uma carreira só de sucessos.

De repente, ter que pedir desculpas a quem ele alegou desprezar, não deve ter sido fácil.

Uma dura prova.

Mas acho que ele fez a lição de casa.

Se retratou publicamente.

O fato de ser gay, não o desmerece em nada.

O fato dele pensar aquilo que disse, não desmerece a sua brilhante carreira.

Ele é um ser humano, tem seus pontos fortes e fracos.

É preciso olhar a folha de serviços do cara.

Senão, vamos jogar no lixo uma vida, em troca de uma observação infeliz, inadequada, descabida.

O linchamento moral é algo muito sério e de consequências que extrapolam em demasia a razoabilidade da punição.

No meu conceito, o Boris contribuiu muito mais com sua vida profissional do que prestou desserviço com essa fala infame que cometeu.

Ele tem seus defeitos, é claro.

Todos nós temos.

Agora, destruir a reputação de alguém por uma bobagem dita, é ignorar tudo de positivo que essa pessoa fez na vida e que não é pouco, convenhamos e a isso, eu costumo chamar de ingratidão.

É como se mandássemos fechar uma fábrica de alimentos, porque um dia, porque o controle de qualidade falhou redondamente, saiu uma unidade de comida inadequada para consumo.

A punição extrema é tão injusta quanto o ato que a gerou.

Ou então, que mandassemos para uma sentença de muitos anos de prisão, o sujeito que roubou, num momento de fraqueza, um pote de margarina no supermercado, como a dura realidade neste país por diversas vezes nos tem demonstrado.

Ninguém valorizou até agora o reconhecimento do erro e o pedido público de desculpas.

Parece que não vale.

Essa sanha assassina de destruir a imagem do Boris Casoy é tão ou mais cruel do que o comentário dele sobre os garís.

Assim, acabamos por nos igualar àquilo que mais abominamos. Mesmo sem querer, mesmo subliminarmente.

Boris foi intolerante com os garis.

Em defesa dos garís, um bando de gente intolerante para com o Boris.

A lei de talião foi contestada por Cristo há dois mil anos.

Que atraso!

Além do mais, vejamos que os garis, depois dos comentários do Boris, continuam a sua faina diária, mesmo porque nada aconteceu.

Não há a hipótese, mesmo que remota, de um gari ter dificuldade de encontrar emprego por causa da repercussão dos comentários do jornalista.

Agora, a recíproca não é verdadeira.

A seguir com essa vontade louca das pessoas de punir mais que severamente o jornalista, Boris poderá, num futuro não muito distante, ter sérios problemas profissionais.

Eu lamento, porque muito embora seja um sujeito controverso, ele é e sempre foi muito útil à sociedade brasileira, com o seu trabalho jornalístico e faz parte da história da imprensa brasileira com uma imagem bastante positiva.


Mas como a maioria está se lixando para o fato de estarmos praticamente sepultando um talento, só me resta ponderar que esta não é a primeira, nem será a última aberração moral que nos acomete como 'justiceiros'.

Criança de Rua - Abandone essa idéia!

(avenida Ipiranga altura do no. 210 - República)

Serviço:

A Lei 8069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA institui mecanismos para a garantia, promoção e defesa dos direitos estabelecidos em seu bojo, que vão desde a apresentação dos princípios das políticas de atendimento, no artigo 86, até a especificação das diretrizes dessa política de atendimento e a criação de instrumentos de controle e participação social, como a criação dos Conselhos de Direitos e dos Conselhos Tutelares.



Em atendimento ao disposto no artigo 88 do Eca, na cidade de São Paulo, para deliberar e acompanhar as políticas públicas em prol das crianças e dos adolescentes, foi criado o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –CMDCA/SP, instituído pela Lei nº 11.123 de 22 de novembro de 1991 e regulamentada pelo Decreto n.º 31.319/92, alterado pelo decreto n.º 44.728/04. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente da cidade de São Paulo- – CMDCA/SP tem por atribuições: - Propor, deliberar e controlar as políticas públicas do município na área da criança, adolescente e juventude.

(viaduto Nove de Julho)

CONSELHO TUTELAR

Centro

(República, Brás, Bom Retiro, Aclimação, Consolação, Santa Cecília, Liberdade, Cambuci, Bela Vista)
Praça da República, 150 - Centro
Cep 01045-000
Telefone: 3259-9282 Fax: 3259-8016
Celular de Plantão: 7283-6593 / 9617-6041

Conselheiros:
Aldeni Nonato Silva
Enides de Souza Lima

Genaro Ferreiro de Lima
Maria de Fátima Lopes Pereira
Regina de Andrade Souza

(fonte: Site da Prefeitura de SP)

Programa Alô, Vida! agora recebe ligações pelo 0800

Um dos objetivos do programa é reduzir casos de violência contra crianças e adolescentes

O Alô, Vida!, programa de atendimento telefônico da Fundação Orsa em parceria com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seads), ganha maior alcance e passa a atender gratuitamente pelo 0800 9701170. "Criado em 2004 com o nome Disque-Deficiência, o programa encaminhava pessoas com deficiência para serviços especializados. Com a parceria da Seads, o leque ampliou e passou a atender casos de violência contra crianças e adolescentes, e até de adoção de crianças e jovens", explica Margarete Nicoletti, diretora da Proteção Básica da Seads.

O atendimento diário (das 8h30 às 17h30) é feito por profissionais qualificados direcionado para atender crianças, adolescentes, pais, profissionais e comunidade em geral, sempre de modo sigiloso. As orientações são dadas conforme a demanda de cada caso, com base nas informações contidas em um banco de dados exclusivo com o cadastro de diversos serviços.


Vara da Infância e da Juventude de São Paulo:

  • Rua Piratininga, 105, Brás, São Paulo, SP, Cep 03042.000
    (11) 3209-0997/3208-3563
  • Rua Aurélia, 650, Lapa, São Paulo SP, Cep 05046.000
    (11) 3673-1577
  • Rua Tabatinguera, 140, conj. 1615, Centro, Cep: 01020-001, São Paulo - SP
    (11) 606-4909
Ministério Público - Curadoria da Infância e da Juventude
- Centro de Apoio da Infância e da Juventude

Rua Riachuelo, 115, 7º andar - Centro - São Paulo (SP), CEP: 01007-904
(11) 3119-9585
comunicacao@mp.sp.gov.br

Juizado de Menores


Praça João Mendes, s/n – 3° andar
CEP 01501-001
Fones (011) 3242-0400 – ramal 1.452
Telefax (011)3106-9838

Centro de Referência da Criança e do Adolescente

Av. Brigadeiro Luiz Antônio, n° 554 – térreo
CEP 01318-000
cerca@oabsp.org.br


Forum Joao Mendes Junior Vara Infancia Juventude

(11) 3241-5151
Praça Dr. Joao Mendes, 0 - Sala 313 - SE
São Paulo - Capital

Vara Especial Infancia Juventude SOS Crianca

(11) 3209-0997
Rua Piratininga, 85 - Bras
São Paulo - Capital

Vara Especial Infancia Juventude SOS Crianca 4. Oficio

(11) 3207-8146
Rua Piratininga, 85 - Bras
São Paulo - Capital
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(é importante salientar que nesses dois endereços destacados aqui - Viaduto 9 de Julho e Av. Ipiranga - as fotos não foram de situações fortuitas de 'pouso' ocasional de crianças: são dois pontos de 'pernoite' permanentes. Ou seja, quase todo dia- ou noite - poderemos ver crianças dormindo ali )