terça-feira, 23 de junho de 2009

O Olho do Furacão

De um lado, os que acreditam solenemente que é uma boa.
De outro, os que acreditam solenemente que é uma bobagem.
De um lado, os que se revoltam com o que está sendo feito.
De outro, os que fazem, porque crêem naquilo.
Todo mundo tem poder de fogo e as batalhas serão uma verdadeira carnificina, mesmo que no sentido figurado.
No meio de tudo isso, o idiota.
Sim, isso mesmo.
O idiota.
Que se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Que tem que conviver com os destemperos dos que, de um lado, não poupam adjetivos desairosos ou mesmo chulos, para se dirigir a sabe lá quem.
E do outro, os que ficam nervosos porque os outros estão nervosos, uma nervosidade por indução, um efeito dominó.
Tudo casadinho, tudo bonitinho, funcionando bem que é uma beleza.
No meio, o idiota.
Por que idiota?
Porque foi avisado.
Porque dispensou a oportunidade de ir amarrar o seu burrico num lugar bem distante dessa avalanche de emoções humanas, desse torvelinho de destemperos e recusou o convite.
Bem feito.
Agora, é preciso cumprir com as mais triviais obrigações, é preciso atravesar o rio mesmo que a nado, é preciso, é preciso, é preciso.E lá vai o idiota, ouvidos doloridos de ouvir besteiras, olhos cansados de ver bobagens, sempre concordando com tudo, a bem de sua ideologia chã e rasteira de que manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Do lado de fora da janela, a crise e o desemprego também brigam para ver quem domina primeiro esse pedaço de chão.





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