domingo, 17 de abril de 2011

Governo Digital, Povo Analógico.



Os governos estão perdendo uma formidável oportunidade de democratizar o acesso do cidadão a informações oficiais que já sejam de domínio público e mais: evitar o indefectível desgaste do interessado nos casos de atendimentos que dispensem o caráter presencial.

Não falta tecnologia, não falta infra-estrutura. Falta apenas mentalidade, vontade política e visão administrativa, não exatamente nesta ordem. A postura dos governos com relação ao cidadão, em termos de comunicação, está ainda na idade do bronze, com a exposição de informações governamentais em portais na Internet. Isso pressupõe que cada indivíduo, cada morador de uma cidade, tenha um computador em casa, o que, efetivamente, anda bastante longe da verdade. Por outro lado, existem algumas iniciativas isoladas de marcação de atendimento por telefone em diversos setores do seviço público em seus vários níveis. Oras , isso pode ser muito mais simples e ao mesmo tempo, muito mais sofisticado!

Se, em cada espaço público, através da rede de telefonia fixa, e/ou ainda conjugando a conexão por terminais em Wi-Fi e redes em WiMax, houvesse um ponto de acesso do cidadão ao sistema governamental, cujo cadastro teria seus dados pessoais e um nome de usuário e senha, seria muitíssimo mais fácil não só escutar a voz do cidadão, levantar estatísticas até para redirecionar procedimentos na área de políticas públicas, mas também encaminhar soluções pontuais, o que é extremamente importante, numa época em que a pessoa comum se sente massivamente órfã dos poderes legalmente constituídos em todos os níveis e de todas as formas. E esses poderes poderiam se unir, para esse tipo de atendimento, uma vez que há problemas distintos em cada esfera de governo, cujas vítimas são as mesmas pessoas. Não existe cidadão federal, estadual ou municipal. Existe cidadão e só.
Agendar consulta médica, exame laboratorial, sem ter que passar pela sempre vexaminosa fila dos hospitais. Saber sobre a Nota Fiscal Paulista. Pedir uma informação sobre determinada obra publica sob responsabilidade de uma Subprefeitura. Informar-se sobre uma Operação Urbana. Pedir um levantamento do INSS. Falar com a Receita Federal. O rol de exemplos de atendimento possível através de terminais eletrônicos com áudio e vídeo em próprios municipais, estaduais e federais, se estende a um numero próximo ao infinito. Isto, sem pretender que a faixa mais pobre da população, compre "na marra" o seu computador, para ter esse tipo de contato com os poderes públicos em casa, endividando-se até o pescoço nas lojas de eletrodomésticos que atuam em informática.



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