domingo, 27 de setembro de 2009

E-mail enganoso baseado em matéria antiga e mau atendimento detonam Saúde em São Paulo

Este texto é baseado em e-mail que circula pela Internet e reproduz conteúdo de matéria publicada em maio deste ano no Terra.

Hospital do Homem

O Governo do Estado de São Paulo investiu R$ 2 milhões na compra de equipamentos de ultrassom, urologia, litotripsia (que destrói o cálculo renal através de ondas de impacto)..
O Hospital do Homem ocupa uma área de 1,1 mil m².

A unidade reune especialidades médicas como andrologia, patologias da próstata e urologia, além dos núcleos de alta resultabilidade (check-up) e de ensino e pesquisa.

O departamento de patologias da próstata é dividido em dois setores: diagnóstico e tratamento das DST, prostatites (infecções da próstata causadas por bactérias e vírus) e prevenção do HIV e HPV; e tumores (câncer e hiperplasia benigna da próstata).

Já na área de urologia, o Centro conta com profissionais de nefrourologia (hipertensão renovascular e transplante renal), endocrinourologia, neurourulogia (disfunções da vesícula, uretrais e incontinência urinária) e urologias geriátrica e plástica.

AJUDE A DIVULGAR, POIS POR DESCONHECER OS SERVIÇOS, O USO TEM SIDO PEQUENO E NÃO JUSTIFICA O INVESTIMENTO

O Hospital do Homem funciona onde é o Hospital Brigadeiro.
Av. Brigadeiro Luis Antonio, 2.651 - Jd. Paulista - São Paulo/SP
Telefone: (11) 3289-2421
Fax: (11) 3284-8650

fonte: Terra

AO ACESSAR A MATÉRIA NO TERRA, VIDE OS COMENTÁRIOS.

é um filme de terror.

Será que o governador José Serra sabe disso? Pelo pouco que conheço dele, tenho certeza de que não.





sábado, 19 de setembro de 2009

Beau Geste

a expressão "Beau Geste" me chegou através de um filme antigo norteamericano que fala sobre aventuras, mas cujo mote é a nobreza de sentimentos e cuja chave do enredo todo, é um gesto bonito, que demonstra caráter, de um dos protagonistas. Via de regra, as pessoas acham que é preciso um enredo de Hollywood para que se produza fenômenos importantes do relacionamento humano. Mas isto é absolutamente errado. Na verdade, podemos exercitar a nobreza de caráter, sem grandes pirotecnias e sem grandes artifícios. Quantas vezes não nos sentimos bem, quase que por nada, ao recebermos um simples sorriso de alguém que sequer conhecemos? Quantas e quantas vezes nos sentimos gratos porque uma pessoa parou para nos dar caminho, gentilmente, numa calçada das ruas violentas da cidade grande? Já aconteceu com algum de vocês, de receber um especial agradecimento por terem feito aquilo que não passa da sua obrigação? Alguém nunca lhe disse palavras amáveis, apenas para que você se sinta bem? Pois é. Nessas esquinas da vida, a gente encontra pessoas que exercitam a nobreza de caráter e que são realmente nobres, com uma visão muito interessante de mundo. Elas não só acham, mas praticam a tese de que o mundo só será um mundo melhor, se você for uma pessoa melhor. "Esses exemplos são de gestos triviais, irrelevantes" diria alguém. Ledo engano. Quando a gente presencia no restaurante aquele senhor poderoso humilhando o garçon, não precisamos de um currículo pormenorizado dessa importante figura, para sabermos como ele realmente é. Os grandes gestos podem ser fruto das circunstâncias. Mas os pequenos não. São mesmo, de dentro de nós, são legítimos, sejam eles bons ou ruins. Assim, toda vez que você dispensar um sorriso a alguém, lembre-se: isso é muito mais importante do que você pensa. Toda vez em que você demonstrar respeito, consideração e até afeição pelo seu semelhante, mesmo que seja um desconhecido, esse bom gesto, esse gesto nobre está demonstrando que valemos a pena como civilização e que o nosso futuro não é tão cinzento como teimam em pintar alguns pessimistas de plantão. ___________________________________________________

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

PEER GYNT (Wilhelm Reich em "A Função do Orgasmo")

(Estou reproduzindo parte de um capítulo do livro de Reich, intitulado Peer Gynt, porque a sua leitura me fez compreender o lado escuro da humanidade que existe dentro de cada um de nós. Somos todos Peer Gynts, tentando nos matar uns aos outros, para que sejamos práticos e objetivos e não soframos com o nosso atávico medo de sermos mais infelizes do que já somos. )
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O impacto da psicanálise foi enorme e de grandes consequências.
Foi um soco na face do pensamento convencional.
Você pensa que determina livremente suas próprias ações?
Longe disso: sua ação consciente é apenas uma gota na superfície de um mar de processos inconscientes, do qual você nada pode saber - e sobre o qual, na verdade, tem medo de saber algo.
Você se sente orgulhoso da "individualidade de sua personalidade" e da "abertura de sua mente"? Qual o quê!
Na verdade, você é apenas o brinquedo de seus instintos, que fazem com você tudo o que bem entendem.
Isso, não há dúvida, ofende intensamente sua vaidade!
E você se sentiu depois desiludido quando lhe disseram que era descendente dos macacos e que a Terra na qual se arrasta não é o centro do Universo, tanto quanto se sentira feliz antes em pensar o contrário.
Você ainda crê que a Terra, um entre milhões de planetas, é o único que permite a vida.
Em suma, você é regulado por processos que não pode controlar, que não conhece, que teme e que interpreta errôneamente.

Há uma realidade psíquica que se estende muito além de sua mente consciente.
Seu inconsciente é como a "coisa em si", de Kant. Em si mesmo não pode ser agarrado; revela-se a você apenas através de suas manifestações.

O Peer Gynt de Ibsen sente isso:

"Para trás, ou para a frente, é igualmente longe. Fora ou dentro, o caminho é igualmente estreito. É ali! - e ali! - e tudo ao meu redor! Penso que saí, e estou de volta, bem no meio. Qual é o seu nome? Deixe-me vê-lo! Diga o que você é!"

É o "grande Boyg". Li muitas vezes o Peer Gynt.

Li muitas interpretações, também. Somente a de Brandes, o grande sábio nórdico, tocou meus próprios sentimentos em relação ao drama de Ibsen.

A rejeição emocional da teoria do inconsciente de Freud não pode ser totalmente explicada sobre a base do medo tradicional às idéias novas e grandes.
O homem tem de existir, material e psiquicamente; tem de existir em uma sociedade que segue um modelo prescrito e tem de defender-se.
A vida diária o exige.
Uma divergência do que é conhecido, do que é familiar, um desvio do caminho muitas vezes trilhado, pode significar a confusão total, a ruína.
O medo do homem do que é incerto, do insondável, do cósmico justifica-se, ou ao menos se compreende.
Aquele que se afasta do caminho comum se torna facilmente um Peer Gynt, um visionário, um doente mental.

Parecia que Peer Gynt queria revelar um profundo segredo, não sendo, entretanto, muito capaz de fazê-lo.

É a história de um jovem que, embora insuficientemente aparelhado, se liberou das fileiras cerradas da turba humana.
Não é compreendido.
As pessoas riem dele quando está fraco; tentam destruí-lo quando está forte.
Se não consegue compreender a infinitude que atinge seus pensamentos e ações, é condenado a desencadear sua própria ruína.
Tudo se agitou e rodopiou em mim, quando li e entendi Peer Gynt e quando encontrei e compreendi Freud.

Eu era ostensivamente semelhante a Peer Gynt.

Senti que seu destino era a consequência mais provável, quando alguém se aventurava a libertar-se das fileiras cerradas de uma ciência autorizada e do pensamento tradicional.

Se a teoria do inconsciente de Freud era correta - e eu não tinha dúvidas de que fosse - então a infinitude psíquica interior tinha sido entendida.

O homem se tornara uma pequena mancha no fluxo de suas próprias experiências.
Senti tudo isso de uma forma nebulosa - mas não "científicamente".
Encarada do ângulo da vida sem couraça, a teoria científica é um ponto de apoio no caos dos fenômenos vivos.
Serve, por isso, ao objetivo de uma proteção psíquica.
Não há muito perigo de que seja tragado por esse caos, quando se classificaram nitidamente, se catalogaram, se descreveram - e por isso se pensa haver compreendido - esses fenômenos.
Dessa maneira, é até mesmo possível dominar certa porção desse caos.
Isso me trazia um consolo muito pequeno.
Com vistas às infinitas possibilidades da vida, tem sido minha preocupação constante nos últimos vinte anos limitar o alcance de minhas investigações científicas.

No fundo de cada item pormenorizado de meu trabalho havia o sentimento de ser apenas um ponto infinitesimal no Universo.
Para quem voa a uma altitude de mil metros, quão miseravelmente parecem os carros que se arrastam lá embaixo!

(...) Foram estas observações e sugestões que me levaram a ler muitas vezes Peer Gynt.

Através de Peer Gynt, um grande poeta deu voz às suas percepções do mundo e da vida.
Em 1920, estudei o drama e tudo quanto fora escrito a respeito dele.
Vi a representação teatral no Burgtheater de Viena e mais tarde em Berlim.
Em 1936, vi uma interpretação da peça pelo Teatro Nacional de Oslo, com maurstad como Peer Gynt.
Foi ai que entendi o meu interesse pelo significado da peça.

Ibsen havia dramatizado a miséria do sujeito não convencional.

De início, Peer Gynt tem umas idéias fantásticas e se sente forte.
Está fora de sintonia com a vida cotidiana: é um sonhador, um ocioso.
Os outros vão diligentemente à escola ou ao trabalho e riem do sonhador.
Bem no fundo, eles todos são também Peer Gynts.
Peer Gynt sente o pulso da vida, que arremete impetuosamente.
A vida de todo dia é estreita e exige um método rígido.
De um lado, se encontra a imaginação de Peer Gynt; de outro, a Realpolitik.
Temendo o infinito, o homem prático se tranca em um pedacinho da terra e procura segurança para sua vida. É um problema simples a que ele, como cientista, dedica a sua vida inteira.
É um comércio modesto de que se ocupa como sapateiro.
Ele não deve pensar a respeito da vida: vai ao escritório, ao campo, à fábrica; visita os pacientes, vai à escola. Cumpre seu dever e tem a sua paz.
Matou há muito tempo o Peer Gynt que havia nele.
Pensar é muito cansativo e perigoso.
Os Peer Gynts são uma ameaça à sua paz de espírito.
Seria muito tentador parecer-se com eles.

(...) Per Gynt está explodindo de energia e de alegria sensual.
Os outros se identificam com os sentimentos do filhote de elefante da história de Kipling.
Fugiu da mãe, chegou ao rio e fez cócegas no crocodilo. Era tão curioso e cheio de vida!
O crocodilo agarrou-o pelo nariz - ainda muito curto nesse tempo em que os elefantes não tinham longas trombas. (segue em breve)

sábado, 12 de setembro de 2009

Ética

Meu padrasto ganhava muito mal e não conseguia pagar o meu material escolar. Naquele tempo, o governo não dava material, apenas oferecia a escola pública, mais nada. Com jeitinho, consegui um trabalho, apesar de ter apenas 14 anos. "Encarregado do Mimeógrafo" da escola. Uma responsabilidade e tanto.

Tinha que datilografar
as matrizes e rodar todas as provas do colégio. Mas o que eu ganhava dava para pagar o meu material e...boa! Como o trabalho era de estrita confiança e sigiloso ao máximo, o equipamento ficava dentro da sala dos professores e só eu, dentre os alunos, tinha acesso a ele. Um dia, estava eu rodando uma prova de uma classe, quando uma professora, que corrigia provas na mesa ao lado, começou a rir da resposta de um aluno e mostrou a outra professora. Na minha curiosidade mórbida e aproveitando a intimidade do momento, arrisquei a perguntar o que o aluno tinha dito de tão gozado. A professora, gentilmente, dobrou para trás o cabeçalho da prova e me mostrou. De fato, era uma resposta extremamente espirituosa. Arrisquei ir além e perguntei quem era o aluno e ela logo respondeu: "-Não posso mostrar." "-Por quê?" perguntei eu. E ela, do alto de sua autoridade de professora, esclareceu: "-Não posso contar por uma questão de Ética." é claro que eu não sabia o que é isso. E a explicação da professora não foi nada convincente. Fingi estar satisfeito e encerrou-se aí o episódio.
A minha cidadezinha tinha pouco mais de 30 mil habitantes e um comércio bastante fraco. Mas tinha uma livraria excepcionalmente grande para as medidas locais. Eu tinha umas economias e fui até a livraria. Comprei um livro gigantesco, com quase mil paginas, chamado "Ética" de um tal de Aristóteles. Levei para casa e, com o dicionário do lado e uma enorme dificuldade, porque a cada quatro palavras uma eu não conhecia o significado, comecei a ler. Foi terrível. Chato, estremamente chato. Li umas cinquenta e poucas páginas e continuei boiando com essa palavra Ética.
Voltei à livraria e perguntei se não havia nada mais recente sobre Ética, porque o grego estava me enlouquecendo, esse tal de Aristóteles. Encontrei então um título "Ética" escrito por um filósofo contemporâne
o chamado Adolfo Sanchez Vazquez, um mexicano muito arretado da gota serena. Com o que me restava de grana, comprei esse livro também e voltei para casa, me divertir com o desconhecido.
Afinal, conseguira conceituar a tal da Ética. Satisfeito, encerrei o assunto e passei a me considerar um conhecedor da Ética. Bonito, mas nada prático, como vamos logo perceber. Esqueci o assunto e toquei a bola pra frente, cuidando (ou não) da minha vidinha de moleque travesso.
Ao completar 18 anos, meu perfil era outro. Precisava porque precisava trabalhar e o máximo que tinha conseguido, era trabalhar pessimamente remunerado na emissora de rádio local, isso depois de um longo período trabalhando de graça. Desde os 16 anos escrevia para jornais locais, todos semanários e sem remuneração. Precisava virar gente, diziam meus pais. trabalhar num emprego decente. e eis que chega a grande oportunidade. Um concurso para oficial de justiça. Me inscrevi esperançoso.
Diziam que havia um psicológico embutido na prova. Eram 2 vagas e 400 candidatos. A redação valia quase metade da pontuação total e ofereceram 3 temas: A Amizade, O Brasil e a Revolução de 1964 e O Homem e o Mundo Moderno. Avaliei que, se houvesse realmente um exame psicológico embutido na prosa, a amizade nem pensar e tema político também não - escolhi o último tema. Acabara de ler Alvin Toffler, "O Choque do Futuro" e "A terceira Onda" e tinha lido "A Aldeia Global" de Marshall McLughan, além de "A Técnica eo Desafio do Século" de Jacques Ellul. Estava afiadíssimo para a redação, como podem notar.
Na prova, uma das perguntas era se determinado comportamento do oficial de justiça poderia ir contra a Ética. Eu escrevi no lugar da resposta que a pergunta havia sido formulada "errôneamente".
Meses depois da prova, o juiz de direto me chamou em seu gabinete. Havia um comentário na cidade de que eu teria decorado o texto da redação, uma vez que naquela cidadezinha, um jovem de 18 anos não poderia, simplesmente, saber tudo aquilo. E para piorar, o cara que tirou o primeiro lugar na prova fizera uma redação de 12 linhas sobre a amizade. Ele me disse: "-Você pretendeu anular uma questão da prova e foi uma grande bobagem. Se vc não tivesse tentado isso, teria passsado, mas pegou terceiro lugar e, como sabe, são só duas vagas. Mas, eu te chamei aqui só para matar uma curiosidade. Por que vc entendeu que a pergunta estava formulada de maneira errada?
Bem, disse eu - qual o conceito de Ética do senhor? Ele respondeu, enérgi
co: Quem pergunta aqui sou eu. Qual é o SEU conceito de Ética? Eu respondi: Bem, a Ética, no meu conceito, é uma doutrina filosófica, que tem por objeto a moral no tempo e no espaço. Como doutrina filosófica, ela só pode ser especulativa, jamais normativa, a não ser quanto ao método de estudo. O que é normativo com relação ao comportamento é a Moral. A Ética aponta, investiga, analisa, compara o comportamento humano em várias regiões do globo e em várias épocas, para poder entender melhor o que é certo e errado, pelo menos aqui, pelo menos agora.
O juiz então, perguntou de onde eu tirara aquilo e dei a bibliografia, ressaltando que não consguir
a adentrar a ética de aristóteles por ser muito chata.
Então o juiz explicou: "- Olha, essa prova foi elaborada por mim, por um professor de direito da faculdade local e por um juiz de direito de outra comarca. Se você insistir
nessa sua tese, você tem chance de ganhar, com prejuízo moral para os três. E, se você ganhar, não será, obvimente, bem vindo aqui.

(pano rápido)

A Bacia de Jabuticaba



















Contei meu tempo e descobri que terei menos anos para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Se for verdade que o tempo médio de vida do brasileiro é de setenta anos, constato com tranqüilidade, que já vivi noventa por cento daquela etapa-limite.

Deste modo, sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia cheia de jabuticabas. As primeiras ele as comeu de forma displicente. Quando se deu pela conta que faltavam poucas, se pôs a saboreá-las mais, roendo até o caroço.

Nesta fase já não tenho paciência para lidar com mediocridades. Desde que me aposentei, há mais de quinze anos, procuro fazer apenas o que gosto; e quando quero. Detesto estar naquelas reuniões onde desfilam egos inchados, beatos incoerentes, parvos gabolas ou invejosos.

Meu tempo para planos megalomaníacos passou. Alguns projetos que propus foram rejeitados por que iriam exigir sacrifícios. Nego-me a participar de conferências ou encontros que estabeleçam resolver a miséria do mundo, nem aceito convites para eventos de fim-de-semana para consertar o mundo e abalar o século.

Causa-me náuseas o conteúdo de certas reuniões, freqüentes e intermináveis, para discutir regulamentos, sexo de anjos e estatutos. Falta-me tempo para administrar melindres de adultos imaturos.

Não vou mais àquelas reuniões em que o “superior geral” traz a pauta pronta e não anota nada, evidenciando que não deseja mudanças. Não perco mais tempo em conclaves molestos, pura “disputa de beleza”, cheios de confrontações, onde querem “tirar fatos a limpo” e acabam em “tudo combinado e nada resolvido”. Detesto “dar força” a desafetos que se desentenderam por causa do majestoso cargo de secretário-geral da banda, ou coisa parecida.

Ocorre muito aquilo que Mario de Andrade denunciou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos”. Meu tempo se tornou escasso para debater rótulos; ando em busca de essências.

Se for para jogar tempo fora, prefiro passá-lo em casa, conversando, tomando chimarrão, comendo “cebolitos” e até vendo televisão com minha mulher, ou fazendo um churrasquinho esperto com os filhos, ou amigos do peito, em cuja companhia o tempo nunca é perdido.

Já sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que saiba rir de seus tropeços, sem se deslumbrar com os triunfos, gente que não se considera eleita ou santa antes da hora. Pessoa que não fuja de sua mortalidade, que mesmo possuindo alguma coisa não se esqueça dos pobres e dos excluídos. Gente, enfim, que procura fazer tudo o que Deus quer.

Viver ao lado de pessoas e valores verdadeiros, desfrutar de um amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. Esse essencial é que faz a vida valer a pena.



O autor é Filósofo e escritor










Antônio Mesquita Galvão
Publicado no Recanto das Letras em 28/05/2007
Código do texto: T504626