terça-feira, 8 de março de 2011

A Síndrome de Jô Soares


Tenho visto com uma certa frequência, repórteres e entrevistadores com dificuldade de própria localização nas matérias ou entrevistas que realizam.

A gente aprende na teoria e na prática, que a coisa mais importante no jornalismo, é a informação.

O profissional que passa a informação, por importante que seja, jamais deverá pretender ser mais importante do que a notícia.

Desta maneira, quando ouço no rádio ou na TV um jornalista dizer "-Está aqui ao meu lado" ou "-Tenho aqui ao meu lado" um entrevistado qualquer, estranho bastante.
Quando isso ocorre, vejo que o jornalista está, mesmo sem querer, sendo inconveniente, uma vez que muito pelo contrário, todos nós sabemos qual a ordem correta e quem está ao lado de quem.
Ou seja, na verdade, é sempre e invariavelmente o repórter que está ao lado do entrevistado, nada mais.
Pode ser que o profissional em questão seja fã incondicional e assista muito ao programa do Jô Soares, que situa o entrevistado, seja ele um ilustre desconhecido, seja ele o Papa, assim:
"-Nesta bela noite no Vaticano, eu tenho aqui do meu lado, Sua Santidade..."
Aí pode, porque se proibirem o sensível, criativo e artístico Jô de fazer isso, com o ego que tem, ele certamente irá morrer de angústia.
Mas o jornalista, não!

Um comentário:

Unknown disse...

Pedro, seu comentário sobre a falta de modos e o excesso de ego do sr. Jô Soares é muitissimo bem vindo. Muitos conhecidos meus e eu mesmo deixamos de assistir às suas entrevistas por conta desses mesmos fatores, para não falar das grosserias que faz, quando o entrevistado não é ilustre. Creio que há, ainda, muito a comentar sobre isso.