quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ação e Reação


Estava sentado na sala, assistindo televisão. Alguém chamou pelo nome do lado de fora da casa. Quando olhou, levou um tiro fatal no meio da cara. Até hoje, um crime não solucionado. Sem testemunhas. Sem provas. Sem nada.

Ele era um cara ousado. De uma pequena empresa, fez um império. E para isso, comprou muito de um só fornecedor. Ficou amigo íntimo do diretor da multinacional que lhe fornecia mercadoria. Iam pescar no Araguaia juntos. Para as praias do nordeste juntos. E ele sempre gentil, sempre amigo, sempre leal, sempre legal. O norteamericano não sabia do perigo. Um dia, uma mega-compra de mercadoria. É arriscado, mas o amigo merecia essa moção de confiança. E concedeu o crédito. Milhões em mercadoria. Não deu outra. Todo o estoque foi vendido e nenhum tostão foi pago. O amigo gringo foi sumariamente demitido e voltou para os EUA. E a rede de lojas se consolidara com esse golpe monstruoso.

Ao comentar essa morte, um amigo conta outra história. "Ah, ele era assim mesmo. Meu velho pai é marceneiro. Ele pediu uma cozinha completa em fórmica. Meu pai fez. Quando entregou, ele disse que não iria pagar o preço combinado. Diante da insistência de meu pai, dizendo que se endividara nas lojas comprando material para fazer a cozinha, ele concordou em pagar a metade e mais nada."

Pensando com os meus botões, logo em seguida, cheguei a uma sombria conclusão. É claro que aquele assassinato era algo lamentável. Mas foi um fim muito procurado pela própria vítima.

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