Como diria aquele personagem do saudoso Chico Anysio (A Globo matou ele em vida) "-tudo é muito relatiiiiivo." Me lembro que antigamente, as pessoas morriam de coisas pelas quais hoje já não se morre mais. Me lembro que a maioria (maioria sim) das crianças e até dos adolescentes, andava descalça, sapato era um troço prá lá de caro. Me lembro que só tinha asfalto ou rua pavimentada com paralelepípedos nos centros das cidades e saindo deles, era um buraco só, tudo na terra nua. Me lembro também que roupa era um troço muito caro. Tão caro, que o uniforme da escola era usado por todos da família até ficar todo rustido. Me lembro que a gente se reunia numa pequena multidão de 30 ou 40 pessoas de todo o bairro para assisitir televisão na casa do dono da mercearia, o único que teve cacife para comprar uma. Eram aquelas TVs Colorado, que de colorido só tinham o nome, uma vez que a imagem era em preto e branco mesmo. Me lembro de quando o fusca chegou. Achavam que ia ser o maior fiasco, por ser muito pequeno, apertado e desconfortável. Me lembro que as pessoas eram muito mais magras do que hoje. Comiam menos, talvez. E faziam mais esforço, não tinha nada automatizado. Me lembro que as casas tinham grandes quintais e que em muitas, o banheiro eram as belas e vistosas bananeiras, talvez adubadas à força com os dejetos das pessoas. Me lembro de muito mais. Me lembro que os carros quebravam muito, principalmente os sem partida, com manivela, tipo forde-bigode. Me lembro que a maior parte das cidades era iluminada a lampião, especialmente na periferia. Era um cheiro de querosene lascado. Me lembro que as casas tinham fogão a lenha e a cidade ficava com o céu cinza na hora das refeições, porque todo mundo aumentava o fogo para preparar comida. Me lembro que passar roupa com ferro a brasa era um tormento, tinha que balançar o ferro no braço para avivar as brasa dentro dele. Me lembro que rede de esgoto era um privilégio de alguns. Nas vilas e bairros mais distantes das cidades brasileiras, ele corria a céu aberto, era um forte cheiro de merda com urina no ar.domingo, 27 de fevereiro de 2011
Lembranças
Como diria aquele personagem do saudoso Chico Anysio (A Globo matou ele em vida) "-tudo é muito relatiiiiivo." Me lembro que antigamente, as pessoas morriam de coisas pelas quais hoje já não se morre mais. Me lembro que a maioria (maioria sim) das crianças e até dos adolescentes, andava descalça, sapato era um troço prá lá de caro. Me lembro que só tinha asfalto ou rua pavimentada com paralelepípedos nos centros das cidades e saindo deles, era um buraco só, tudo na terra nua. Me lembro também que roupa era um troço muito caro. Tão caro, que o uniforme da escola era usado por todos da família até ficar todo rustido. Me lembro que a gente se reunia numa pequena multidão de 30 ou 40 pessoas de todo o bairro para assisitir televisão na casa do dono da mercearia, o único que teve cacife para comprar uma. Eram aquelas TVs Colorado, que de colorido só tinham o nome, uma vez que a imagem era em preto e branco mesmo. Me lembro de quando o fusca chegou. Achavam que ia ser o maior fiasco, por ser muito pequeno, apertado e desconfortável. Me lembro que as pessoas eram muito mais magras do que hoje. Comiam menos, talvez. E faziam mais esforço, não tinha nada automatizado. Me lembro que as casas tinham grandes quintais e que em muitas, o banheiro eram as belas e vistosas bananeiras, talvez adubadas à força com os dejetos das pessoas. Me lembro de muito mais. Me lembro que os carros quebravam muito, principalmente os sem partida, com manivela, tipo forde-bigode. Me lembro que a maior parte das cidades era iluminada a lampião, especialmente na periferia. Era um cheiro de querosene lascado. Me lembro que as casas tinham fogão a lenha e a cidade ficava com o céu cinza na hora das refeições, porque todo mundo aumentava o fogo para preparar comida. Me lembro que passar roupa com ferro a brasa era um tormento, tinha que balançar o ferro no braço para avivar as brasa dentro dele. Me lembro que rede de esgoto era um privilégio de alguns. Nas vilas e bairros mais distantes das cidades brasileiras, ele corria a céu aberto, era um forte cheiro de merda com urina no ar.
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