Depois que a máxima do velho guerreiro "em televisão nada se cria, tudo se copia" chegou em sua mais alta performance de maneira pública e notória naquilo que poderíamos classificar como o "estado da arte", fica difícil mesmo conseguir inovar, mudar, criar nesse universo rígido e monolítico do Telejornalismo. Vc pode transitar em qualquer redação de TV, parecerá a um olhar um pouco menos aguçado, que é tudo da mesma emissora. A dança das cadeiras de chefias, talentos de trás e de frente das câmeras, a qual tem se demonstrado frenética nos últimos tempos, mostra que não há mais uma 'cara' de cada veículo: um é a cara de todos e todos são a cara de um, guardadas as devidas proporções com relação a alguns detalhes como estrutura e investimento. Mas em geral, a coisa é tão igual, mas tão igual, que um amigo meu trabalha em 3 emissoras em São Paulo e não tem nem um pingo de estresse por isso, uma vez que é como se trabalhasse numa só, mudam apenas os endereços.
Esse 'padrãozão' estilo chapa branca e rançoso, criado na ditadura para exercer um rígido controle nos ímpetos por detrás das Olivetti, Remington e até das Hermes que poderiam inocular um ou outro jornalista menos contido, colocou o Brasil de fato num triângulo em cujos vértices estão São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O resto, só se for matéria especial e ainda assim, nem sempre, nem sempre. Esse "chega pra lá" nas capitais dos Estados brasileiros, não só diminui a sua importância no contexto nacional, como cria um 'segundo Brasil' ou um Brasil de segunda classe dentro do noticiário. Um amigo meu realizou profissionalmente uma pesquisa fora do eixo sp-rio-brasília para uma rede de TV e constatou que nesse 'Brasil de segunda classe', a média salarial de jornalistas de TV é de 500 dólares mensais. A população brasileira migra muito, tem gente de tudo quanto é lado por todo lado e faz falta uma cobertura que privilegie o "anchorman" chamando praças, dando voz a apresentadores e repórteres locais, fazendo valer o seu pomposo e anglossaxônico nome, além de tirar a mordaça das capitais brasileiras, inserindo-as no contexto nacional. Afinal, isso deveria ser a vocação dos veículos de comunicação que prentendam exercer de fato o seu papel de integrar o país. Mas isso se chama inovação e inovar em TV, de repente se parece com um crime, um pecado capital, uma aberração. E outra, ninguém fez isso antes, portanto não dá para imitar e aí, pode ficar muito, muito perigoso...
Um comentário:
Caro Pedro,
Apesar de hoje em dia acessar e postar numa frequência muito reduzida em relação ao passado, virei teu seguidor aqui com meu blog das montanhas.
Abraços!
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