sábado, 9 de janeiro de 2010

O Carvalho e o Junco


Próximo de um campo de milho havia um grande carvalho, era uma planta magnífica.

Tinha um grande tronco robusto e maciço, uma espessa folhagem muito verde que se via à distância.

Perto do carvalho, crescia um junco alto e fino, com as longas folhas em forma de lança, de uma pálida cor verde-prateada.

Um dia, o carvalho, majestoso, dirigiu a palavra ao junco:
"- Eu morro de pena de você, coitadinho, o destino não lhe foi generoso, não é? É tão fraquinho, que não pode aguentar nem o peso de um passarinho, e o mínimo de sopro de vento o faz abaixar até o chão.

Olhe para mim: nos meus galhos, ao contrário, há ninhos em quantidade e alegres cantos de pássaros cruzam-se ao meu redor, do amanhecer ao pôr-do-sol. O mais forte temporal nunca me tirou do lugar."

O junco escutava, atento "- Se pelo menos - retomou o carvalho - você tivesse nascido e crescido ao meu lado! Eu o teria abrigado e protegido. Mas você esta aí, ao sabor das intempéries!"

"- As suas palavras são ditadas pelo bom coração e eu lhe agradeço, grande carvalho - rebateu imediatamente o junco -. Mas o meu destino não é assim tão amargo como você fala. O vento maltrata-me, mas não me consegue quebrar e, assim que ele vai embora, eu levanto a cabeça de novo."

"- Bobagens!" - resmungou o carvalho. E sacudiu a grande folhagem verde, aborrecido por ter sido contrariado por aquela plantinha insignificante.

Dali a pouco o céu começou a cobrir-se de nuvens ameaçadoras, ficou escuro como a noite e irrompeu a mais assustadora tempestade que se possa imaginar, com rajadas de vento violentíssimas.


Atingido em cheio por aquela fúria descontrolada, o grande carvalho caiu no chão com um estrondo, a sua folhagem verde foi arrastada para longe e espalhou-se, as raízes foram arrancadas da terra.

Levado pelas águas, o Carvalho cruza-se com alguns Juncos, e em tom de lamento exclama:

"- Gostava de ser como vocês, que de tão esguios e frágeis, não são de modo algum afetados por estes fortes ventos."

E os juncos responderam:
"- Você lutou e competiu com o vento, por isso mesmo foi destruído. Nós, ao contrário, nos curvamos, mesmo diante do mais leve sopro da brisa, e por esta razão permanecemos inteiros e a salvo. "

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