Errar é humano e perdoar é divino.
Boris errou, reconheceu o erro e pediu desculpas no ar.
Imagino o quão difícil foi para ele, porque tem um ego enorme e uma carreira só de sucessos.
De repente, ter que pedir desculpas a quem ele alegou desprezar, não deve ter sido fácil.
Uma dura prova.
Mas acho que ele fez a lição de casa.
Se retratou publicamente.
O fato de ser gay, não o desmerece em nada.
O fato dele pensar aquilo que disse, não desmerece a sua brilhante carreira.
Ele é um ser humano, tem seus pontos fortes e fracos.
É preciso olhar a folha de serviços do cara.
Senão, vamos jogar no lixo uma vida, em troca de uma observação infeliz, inadequada, descabida.
O linchamento moral é algo muito sério e de consequências que extrapolam em demasia a razoabilidade da punição.
No meu conceito, o Boris contribuiu muito mais com sua vida profissional do que prestou desserviço com essa fala infame que cometeu.
Ele tem seus defeitos, é claro.
Todos nós temos.
Agora, destruir a reputação de alguém por uma bobagem dita, é ignorar tudo de positivo que essa pessoa fez na vida e que não é pouco, convenhamos e a isso, eu costumo chamar de ingratidão.
É como se mandássemos fechar uma fábrica de alimentos, porque um dia, porque o controle de qualidade falhou redondamente, saiu uma unidade de comida inadequada para consumo.
A punição extrema é tão injusta quanto o ato que a gerou.
Ou então, que mandassemos para uma sentença de muitos anos de prisão, o sujeito que roubou, num momento de fraqueza, um pote de margarina no supermercado, como a dura realidade neste país por diversas vezes nos tem demonstrado.
Ninguém valorizou até agora o reconhecimento do erro e o pedido público de desculpas.
Parece que não vale.
Essa sanha assassina de destruir a imagem do Boris Casoy é tão ou mais cruel do que o comentário dele sobre os garís.
Assim, acabamos por nos igualar àquilo que mais abominamos. Mesmo sem querer, mesmo subliminarmente.
Boris foi intolerante com os garis.
Em defesa dos garís, um bando de gente intolerante para com o Boris.
A lei de talião foi contestada por Cristo há dois mil anos.
Que atraso!
Além do mais, vejamos que os garis, depois dos comentários do Boris, continuam a sua faina diária, mesmo porque nada aconteceu.
Não há a hipótese, mesmo que remota, de um gari ter dificuldade de encontrar emprego por causa da repercussão dos comentários do jornalista.
Agora, a recíproca não é verdadeira.
A seguir com essa vontade louca das pessoas de punir mais que severamente o jornalista, Boris poderá, num futuro não muito distante, ter sérios problemas profissionais.
Eu lamento, porque muito embora seja um sujeito controverso, ele é e sempre foi muito útil à sociedade brasileira, com o seu trabalho jornalístico e faz parte da história da imprensa brasileira com uma imagem bastante positiva.
Mas como a maioria está se lixando para o fato de estarmos praticamente sepultando um talento, só me resta ponderar que esta não é a primeira, nem será a última aberração moral que nos acomete como 'justiceiros'.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Boris Casoy - o Falastrão Redimido
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2 comentários:
bons argumentos, pedro, gostei da defesa que fez do bóris.
Engano seu, Francisco José. Eu não fiz defesa do Bóris, nem gosto muito dele como pessoa. Eu defendi o bom senso. E a preservação de um bom profissional.
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